Desde
criança tenho um fascínio pela Literatura, eu viajava na imaginação quando
escutava as estórias de príncipes, princesas e cavaleiros (Narrativas orais) que eram contadas por pessoas mais velhas que
residiam na casa de meus avós. Depois que aprendi a ler comecei a ter contato
com contos fadas na escola e na biblioteca pública, passava horas lendo no
local, ou emprestava o livro pra ler em casa.
Quando
me casei ( ainda muito jovem), fui apresentada ao primeiro romance “ Papillon” do escritor francês (Henri
Charrière) foi uma leitura marcante em minha vida, meu esposo possuía o livro,
e me fez a indicação da leitura para passar o tempo, em quanto ele trabalhava e
eu ficava sozinha. Nessa época, estávamos com poucos meses de casados ( lá se
vão 38 anos), desde então, me apaixonei pelos romances.
Daí
então, depois de ter lido um Best-Seller internacional, de quase 800 páginas
passei a ler todo tipo de romance que me era apresentado. Uma amiga me
apresentou aqueles romances açucarados e calientes das séries Júlia e Sabrina que
comprava em bancas de jornal, li vários desses romances que não lembro a
quantidade.
Com
a passar dos anos, e durante a minha graduação fui aprimorando o gosto pela
leitura. Passei a fazer uma seleção de títulos e autores tais como: José Saramago, Gabriel
Garcia Marques, Machado de Assis, Oscar Wild, Vitor Hugo entre outros. Mas não
deixei de ler romances de autores da nova geração como: EL James, Nicolas
Sparks, Jojo Moyes, tenho muita admiração por suas obras publicadas, já li vários de seus romances.
VAMOS CONHECER O GÊNERO ROMANCE
O termo romance (do latim romanice: "em língua românica", através do provençal romans) pode referir-se a dois gêneros literários. O primeiro deles é uma composição poética popular, histórica ou lírica, transmitida pela tradição oral, sendo geralmente de autor anônimo; corresponde aproximadamente à balada medieval. Como forma literária moderna, o termo designa uma composição em prosa.
Na
trajetória das experiências humanas, vive-se uma época em que os fenômenos não
eram vistos além de sua superfície, ou seja, não havia uma ciência que
questionasse as possíveis causas de acontecimentos no seio social. Nesse
contexto, surge a epopeia- uma narração literária de grande extensão e caráter
heróico que atinge interesses sociais e nacionais, onde se movimentam deuses
heróis-, refletindo a forma de pensar e de sentir daquele povo. O mundo grego
era apresentado, aos olhos do contexto atual, como perfeito e estático, ao
contrário do mundo moderno, que é vasto, rico e em constantes transformações.
Diante da incoerência que vivenciamos, a produção do gênero épico tornou-se
impossível, pois não há mais o equilíbrio da estrutura fechada a que viviam os
gregos.
Diante
disso, no século XVIII, surge com ascensão da burguesia, o romance. Gênero este
que pertence a uma totalidade de vida não evidente e equilibrada, como era
vivida na Grécia. O romance surge com uma força amadurecida, em outras palavras,
não ver o mundo de modo ingênuo, como contemplava a epopeia, que via o homem em
perfeita harmonia com o meio fechado.
No
romance, são observados quatro momentos: no primeiro, o herói se sente um
visionário, uma partícula diante do mundo, um ser enclausurado na solidão, no
segundo, é o romantismo da desilusão, onde o herói é apresentado como um ser
desajustado, em conflito com o mundo e busca incessantemente uma fuga das
questões conflituosas e lutas exteriores; no terceiro, tem-se o romance da educação,
no qual o autor sofre, mas aprende com a experiência de vida, conseguindo
realizar algo positivo. Nesse romance de educação, o indivíduo aborda a
reconciliação do homem problemático com a realidade concreta e social; no
quarto, tem-se a epopeia moderna, que é o gênero da superação das formas
sociais de vida, onde o herói atua sobre a sociedade para se adaptar a ela, sem
resolver os problemas inerentes ao estilo de vida do homem moderno.
Em
linhas mais específicas, o romance é uma narrativa em que ocorre um
desenvolvimento minucioso da ação dos personagens, proporcionando ao leitor uma
visão da totalidade do universo representado. Ele é constituído de diversos
elementos que serão mencionados e definidos:
Apresentação: o
ficcionista mostra ao leitor os primeiros dados do mundo construído.
História e enredo: a
história é a sequência dos fatos e acontecimentos, e a organização dessas
sequência resulta no enredo.
Ação: são as vivências e
atitudes dos personagens na narrativa.
Complicação: é o
momento em que se rompe o equilíbrio do estado inicial.
Personagens: são
seres fictícios criados pelo ficcionista:
-
Protagonista: é o principal da narrativa.
-
Antagonista: é o opositor do protagonista.
-
Secundário: aquela que está ao lado do protagonista ou antagonista.
Clímax: é o
ponto máximo de tensão.
Tempo: são as marcas
temporais presentes no mundo construído pelo ficcionista (data, meses do ano,
posição dos astros). A narrativa apresenta dois tempos diferentes e
simultâneos: o imaginário (tempo da história) e o tempo do discurso (tempo real
e cronológico).
O espaço: é o
conjunto dos componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da ação e
movimentos dos personagens da narrativa.
Narrador: é a
voz que narra um elemento do mundo ficcional. Sua existência difere o gênero
narrativo do gênero dramático.
Trama: é
como se conta a narrativa.
Foco narrativo: é o
ponto de vista assumido pelo narrador.
Desfecho: situação final, consequência dos fatos.
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