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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Lenda do Pirarucu

Esta é mais uma das lendas da Amazônia, que conta a história do maior peixe de escamas do Brasil. Pirarucu era na verdade um guerreiro vaidoso extremamente injusto da nação dos Uaiás, grupo indígena que teria habitado a margem direita do rio Içá, no território onde hoje é o estado brasileiro do Amazonas. Pirarucu sempre esperava seu pai Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo sair da aldeia para fazer suas atrocidades. Desse modo, ele executava injustamente os indígenas de sua própria tribo, sem nenhum motivo aparente, apenas por prazer. Além disso, ele ousava criticar os deuses, sem ter medo algum.

Tupã, o deus dos deuses, observando o comportamento daquele mero humano, se irou contra Pirarucu e decidiu puni-lo. Logo, ele convocou dois deuses, Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhasse seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçu, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins não muito longe da aldeia. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Chandoré, acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.

LENDA DA PRIPRIOCA

Segundo o folclore brasileiro originário de uma lenda indígena, Piri-Piri era um importante guerreiro que vivia na tribo dos Manau na selva amazônica. Conta-se que ele exalava um cheiro maravilhoso, capaz de atrair as índias da tribo. O perfume era tão mágico que atraía a atenção de todas as donzelas da aldeia. As índias, enfeitiçadas pelo aroma, tentavam a todo custo prender o ser misterioso, mas nunca conseguiam, pois Piripiri, ao ser capturado, sempre se transformava em vapor perfumado e escapava.

Diz a lenda, que a filha do Pajé da tribo desesperadamente apaixonada por Piri-Piri, pediu ao seu pai, Supi, para lhe ensinar um feitiço que pudesse capturarar Piri-Piri. Para atendê-la, o pajé mandou que ela amarrasse os pés de Piri-Piri com seus cabelos em uma noite de lua cheia. Na mesma noite, as jovens aguardaram até Piripiri dormir. Quando ele adormeceu, as índias o amarraram com os fios de cabelo e adormeceram ao seu lado. Enquanto as índias dormiam Piripiri se transformou novamente em fumaça e desapareceu para nunca mais voltar. Quando o dia amanheceu as moças encontraram apenas uma raiz perfumada no lugar onde Piripiri estava amarrado.

terça-feira, 13 de junho de 2023

A Lenda do Manacá.

Diz a lenda que em uma terra bem distante onde as flores encantavam a todos, o rei pediu novas flores a seus súditos.

Em cada casa era cultivada com muito carinho sementes diferentes para levar a apreciação do rei. Neste ano em especial ele não queria as plantas florescidas.

Pediu para cada um colocar as sementes em vasos, quando florescessem ele chamaria o ganhador.

O rei também dizia que se a flor conquistasse o coração de alguma de suas filhas o jardineiro poderia com ela se casar.

Numas destas famílias, dois irmãos se mantinham ocupados a criar belas plantas.

Um criou uma delicada flor branca e o outro a mesma delicada flor num tom lilás bem suave.

A vontade de vencer era muita. Mas estava deixando os irmãos infelizes. O amor fraternal falava mais alto.

Man semeou a flor branca e Acá semeou a lilás. E em cada vaso tinha o nome do criador da nova planta.

Durante a noite Man resolveu mudar as sementes porque acreditava que a sua seria a vencedora. E assim colocou a sua semente no vaso do irmão.

Ele pensou: meu irmão é mais velho e vai ficar muito feliz casando com a filha do rei.

Eu tentarei no próximo ano.

Uma fada vendo o acontecido se encheu de ternura e durante a noite dividiu e misturou as sementes.

No dia marcado todos levaram ao palácio os vasos com as sementes plantadas.

Caberia as filhas do rei aguá-las até florescerem.

E poderiam escolher casar com o dono da mais bela flor, se esta fosse a sua vontade.

E assim na primavera todos os vasos estavam floridos.

E as princesas se encantaram com dois vasos em especial.

Eles tinham flores lilases e brancas.

Em dois vasos nasceram flores idênticas. Flores de duas cores nascidas de uma só planta.

Cada vaso tinha o nome de quem plantou. Numa estava escrito Man e no outro Acá.

O rei anunciou que as duas plantas iguais seriam as vencedoras e teriam um só nome e assim nasceu o manacá.

E as filhas do rei ao conhecerem os nobres irmãos jardineiros, criadores de tão lindas flores se apaixonaram como que por encanto.

E neste lindo reino ,reina paz e harmonia a sombra dos “manacás”.

sábado, 4 de junho de 2022

A LENDA DA VIOLETA

De acordo com a lenda, havia um rei na Inglaterra chamado de Rei Frost (frio gelado). Em seu reinado era inverno rigoroso durante todo o ano e a população, sem recursos para se aquecer, padecia com o frio excessivo que o rei lhes impunha. Frost, em seu palácio, apreciava a paisagem gelada, como seu coração. Ele não tinha amigos, não era apreciado pelos seus súditos e sentia-se só. Acreditava ser sua obrigação desposar uma rainha, tanto para ter um herdeiro quanto para espantar a solidão em seu grande castelo.

Sendo assim, enviou seus serviçais para que saíssem em busca de uma linda e carinhosa jovem que o ajudasse a espantar a tristeza de seu frio coração. A busca demorou a dar resultados, já que sua fama não era das melhores. Após andarem incansavelmente por muitos dias, os emissários encontraram, em um distante povoado primaveril, uma linda camponesa que ali vivia com a sua família. A jovem era tímida, mas extremamente bela. Possuía profundidade no olhar. Era humilde, caridosa e delicada, sendo, deste modo, a suposta esposa ideal para o rei Frost. A bela jovem se chamava Violeta.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Lenda da flor de Lotus

Certo dia quatro irmãos lendários reuniram-se para uma conversa, à beira de um lago de águas tranquilas, cercado por belas árvores e coloridas flores, Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar.

Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como haviam se tornado presos a seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. A Água lembrou aos irmãos que estavam cumprindo a lei divina, e este era um trabalho que deveria lhes trazer o maior dos prazeres. Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que haviam construído – e destruído – durante o tempo em que não se viam.

Estavam todos muito contentes por servirem à criação e poderem dar sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas. Então se lembraram de como o homem estava sendo ingrato. Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida. Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres.

Antes de se despedir, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo suas próprias imagens refletidas, cada um deu sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

LENDA DO AÇAÍ

Há muito tempo em uma tribo muito numerosa que ocupava a região onde hoje fica a cidade de Belém, no Estado do Pará. Os alimentos eram escassos e a vida tornava-se cada dia mais difícil com a necessidade de alimentar os índios da tribo.

Foi aí que o cacique da tribo, chamado de Itaki tomou uma decisão muito cruel. Ele resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento de índios da sua tribo.

Um dia, no entanto, a filha do cacique, que tinha o nome de Iaçã, deu à luz uma linda menina, que também teve de ser sacrificada. Iaçã ficou desesperada e todas as noites chorava de saudades de sua filhinha.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

LENDA DO UIRAPURU

Neste post vou falar sobre a lenda do Uirapuru, que faz parte do folclore brasileiro rico em mitos, lendas, danças, festas e comidas.  O Uirapuru é um pássaro pequeno e raro que habita as florestas da Amazônia, seu canto encanta aqueles que têm o privilégio de escutar. Além de ser considerado um pássaro sagrado entre os índios Guaranis.

O canto do Uirapuru é melodioso por lembrar um flauta e dura apenas poucos minutos, no amanhecer e no entardecer, apenas enquanto o macho constrói o ninho.  Seu canto é tão lindo que serviu de inspiração ao poeta e compositor Heitor Villa-Lobos, que escreveu o poema sinfônico Uirapuru em 1917, baseando-se em uma lenda indígena e no material folclórico coletado em suas viagens pelo interior do Brasil. 

Para ler a lenda ( CLIQUE AQUI)

UIRAPURU (POEMA SINFÔNICO  DE VILLA-LOBOS)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

LENDA DO TAMBATAJÁ

Na cultura dos povos amazônicos, principalmente o caboclo ribeirinho, existem muitas lendas e crendices sobre as plantas, que são passadas de geração em geração. Quero destacar aqui uma lenda que fala sobre a espécie de planta chamada de Tajá ou (tinhorões ou calúdios).

Esses tajás já foram muito cultivados como plantas ornamentais  para embelezar a frente das casas dos ribeirinhos, pois, os mesmos acreditam que a planta traz proteção e afugenta os maus espíritos, mas  pra que isso aconteça fazem uma espécie de ritual, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.

Normalmente, a planta deve ser regada todas as sextas-feiras de lua nova ou cheia. Dai em diante passam a acreditar que a planta traz proteção e afugenta os maus espíritos. Existem várias espécies de tajás como: tajapeba, o tajá-piranga, o tajá preto, o tajá-de-sol, e o tamba-tajá entre outros.

Palavra indígena que define uma planta da família das aráceas(VIDE),também chamada de tembataiá; tambataiá; tembatajá. (O nome científico da tambatajá é Syngonium auritum).

Mais do que beleza os tajás possuem segredos e mistérios que só a alma cabocla entende e aprecia. Os que conhecem a lenda do Tambatajá sabem a narrativa do surgimento dessa planta e o porquê da população amazônica ribeirinha creditá-la como amuleto do amor.

A LENDA DO TAMBATAJÁ

sábado, 2 de janeiro de 2021

REFLEXÃO DO CONTO "O CORVO"


Esta é uma reflexão a partir da narrativa ”O CORVO” de Fialho de Almeida, o autor faz uma crítica sobre a classe menos favorecida, ou seja, tomando-o como alegoria de um estado de coisas injustas. Este conto foi parte integrante de um trabalho acadêmico, durante a minha graduação, por isso resolvi compartilhar com os leitores do blog, espero contribuir com aqueles que fazem pesquisas em busca de informações.(Para ler o Conto CLIQUE AQUI)

BREVE REFLEXÃO DO CONTO “ O CORVO”

O Conto “O Corvo”, de Fialho de Almeida que é representante de primeira grandeza  do movimento artístico-literário (Realismo/Naturalismo), onde a veracidade; contemporaneidade; são o retrato fiel das personagens que vivem às margens, porque a sociedade é injusta e desigual: se a sociedade trata o ser humano como animal, mostra- se como resultado desse social injusto e desumano.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

LENDA DA ILHA ENCANTADA


A narrativa que vou compartilhar hoje, é parte integrante de um trabalho acadêmico de pesquisa sobre os contos  e "causos" , que são passados de geração em geração. A pesquisa foi feita com um grupo de colegas de classe, como parte avaliativa da disciplina Literatura Amazônica. A estória  contém o sotaque nativo dos moradores da Ilha de Marajó, desse modo, vou publicar na íntegra o "causo" que ouvimos de uma senhora de 72 anos de idade. A mesma afirma que as estórias são verdadeiras.

Esta narrativa ocorreu no município de Bagre. Segundo (Dona Alda Gonçalves).

Pois é,  meus filhos, essa estória é de uma menina que namorava um rapaz munto bunitu então, ninguém cunhecia eli, eli só aparecia na festa. Toda festa qui tinha eli tava, e ela tava, ela ficava com eli, quandu foi um dia. No finzinho da festa, quando já tinha poca genti.

 Ele dissi pra ela não olhá pra ele di dia.

- Eu vou durmi intão ela disse:

- Vai durmi no meu quarto ele disse: Tá! Mas quatro horas da manhã tu me chama, ai eli entrou la pru quartu dela i ela foi deitá também pru outru quartu. Aí, ela pegou nu sonu quandu ela si lembrô o dia tava claru. ai ela foi abriu a porta do quarto olhô, si assustu quando viu que tava lá um montuero de cobra, certo com a coberta da casa, quandu abriu a casa que viu tava dia, que o dia tava claru, eli só deu um esturro i incantou a ilha com tudo.

A ilha era pertu da ilha do ioiá, ai no Bagre, ai a cidadi afundô tudu, qui quandu chega o tempo dessa festa a genti iscuta a musica galu canta. Tudo a genti escuta.

 ( Pesquisadores): -É verdadeira essa história ai? Resposta: É verdadeira sim meus filhos.

Era Nossa Senhora da Conceição dia 8 de Dezembru naum sei o anu e lá dondi aconteceu issu nasceu uma toceira de cana, com três canas, então lá desdi essa época, os moradores lá di perto dize que pra disincatá a ilha teim qui atorá a cana beim nu meiu, só cum uma teçadada sem firir as du ladu, pra poder a cidadi voltá. Ai ninguém tem coragi! E continua o mistério até huje, só se vê as luz piscando de nuite.

Segundo Benjamim (1993 p. 197-221), “o Brasil ainda é um país da voz oral, mesmo nas cidades grandes, onde se presume a inexistência de narrativas de apelos populares, ele continua afluir com mesmo caráter admoestador e mágico”. 


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

LENDA DO UIRAPURU

Conta à lenda que um jovem guerreiro índio, chamado Quaraça, que morava com sua gente na floresta Amazônica e adorava passear pelas matas tocando sua flauta de bambu. O som ecoava entre as arvores e fazia calar os bichos. Todos gostavam de escutar aquela música.

Um dia, enquanto passeava pela tribo, o jovem Quaraça achou de se apaixonar pela belíssima Anahi, que era casada com o cacique.

O jovem sabia que seu amor era impossível, e logo a tristeza tomou conta dele. De tanto sofrer, nem queria mais tocar a sua flauta.

A tristeza o consumia. Foi aí que ele resolveu pedir ajuda ao Deus Tupã. Foi para o meio da floresta, tocou, tocou muito aquela flauta. Chorava e cantava pedindo ajuda.

Tupã ficou sensibilizado com o sofrimento do jovem e resolveu ajudar, transformando-o num pequeno pássaro colorido (vermelho e amarelo, com asas pretas), de belíssimo canto, e deu-lhe o nome de Uirapuru.

Naquele dia, Uirapuru voou pela floresta, voltou â tribo, cantou, voou de novo. E assim passou a fazer todos os dias, encantando a todos com seu forte e lindo canto.

Toda vez que via sua amada, ele pousava e cantava pra ela, que ficava maravilhada com o som daquele  pequeno e lindo pássaro.

Com o tempo, o cacique também ficou encantado com o canto do Uirapuru. Queria que ele ficasse cantando ali, para sempre. Quis aprisiona-lo, fez uma arapuca,  foi a sua procura e perdeu-se na floresta. Dele, ninguém mais teve notícias.

Dizem que foi castigo do Curupira, o protetor dos bichos da floresta, que não pode ver animal sofrendo sem ficar danado de bravo.

A bela Anahí ficou sozinha, mas nem teve tempo para tristeza, porque o Uirapuru chegava ali todos os dias, com aquele canto lindo, para consolar a amada. Mais que isso, ele soltava aquele canto triste, porque acreditava que, assim, ela poderia descobrir quem ele era e isso quebraria o encanto. Mas o que se sabe é que ele continua cantando nas matas até hoje...

Diz ainda à lenda que o Uirapuru é um pássaro mágico que traz muita sorte. Acredita-se que, quem conseguir vê-lo cantando, é só fazer um pedido que o pássaro realiza.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA


LENDA DA VITÓRIA- RÉGIA

À região Norte do Brasil, mais especificamente a Amazônia é representada por essa história de perseverança da índia guerreira Naiá, nascida e criada em uma aldeia tupi-guarani.

Diz à lenda que uma índia de rara beleza, chamada Naiá encantava a todos por onde passava. Um dia, apaixonou-se pela Lua e desejou ir morar com ela no céu. Naiá cresceu ouvindo histórias de seu povo e sabendo que a Lua era um deus que se enamorava das moças mais lindas da aldeia e as transformava em estrelas, Naiá subia as colinas, todos os dias, depois que seu povo dormia, na esperança de ser notada.

Acontece que quanto mais Naiá se envolvia, menos a Lua percebia o seu interesse, e como ser ignorada não estava nos seus planos, passou a perseguir a Lua todas as noites. Sem perceber, o amor de Naiá transformava-se em obsessão.

Em uma de suas muitas noites de clamor, Naiá percebeu que a luz da Lua refletia nas águas do lago, bem perto da colina. Pensando que o senhor do seu coração se banhava ali, tão perto, mergulhou no lago em busca daquele que seria — conforme ela acreditava — responsável por sua felicidade.

Naiá não mais voltou, e o Deus Lua, comovido, transformou-a em uma estrela, mas bem diferente daquelas que brilham no céu. A linda índia era agora a Vitória-Régia, a estrela das águas, com suas flores perfumadas que mudam de cor conforme o horário do dia — brancas ao cair da noite e rosadas ao raiar do dia.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

LENDA INDÍGENA DO GIRASSOL

 

Há muito tempo, havia uma tribo de índios conhecida como Ianomâmi, ao norte do Amazonas. O chefe religioso dos índios, também feiticeiro, sempre se reunia com os curumins em torno da fogueira, para contar velhas lendas da tribo. Uma dessas histórias, era a lenda do girassol. O pajé notava que as crianças adoravam essas histórias e quando eram contadas, percebia em seus rostos o brilho dos olhos, mostrando o interesse e participação nas vivências.

A lenda conta que, certa vez nessa tribo indígena, nasceu uma indiazinha com cabelos claros, quase dourados. A tribo ficou agitada com a novidade, pois nunca haviam visto nada parecido. Assim, a menina foi chamada de Ianaã, que significava a deusa do Sol.

Todos adoravam Ianaã, os mais fortes e belos guerreiros da tribo e da vizinhança não resistiam aos seus encantos. Porém, elas recusavam seus cortejos, dizendo que ainda era muito cedo para assumir um compromisso.

Certo dia, a indiazinha estava brincando alegremente e nadando no rio, quando sentiu os raios de sol enviados a ela como se fossem dois grandes braços, acariciando sua pele dourada. Foi o momento em que o Sol tomou conhecimento daquela menininha tão linda e se apaixonou incondicionalmente por ela.

Ianaã também amava o Sol e todas as manhãs ela o esperava nascer com muita alegria. Ele aparecia aos poucos e o primeiro sorriso, assim como os raios dourados e morninhos, eram direcionados para ela. Era como se estivesse dizendo: – Bom dia, minha linda flor!

Não era só o Sol que gostava da indiazinha, ela era amiga da natureza. Por onde passava, os pássaros voavam e pousavam em seus ombros. Ela os chamava de amiguinhos e os beijava.

Tragicamente, um dia a pequena índia ficou triste e adoeceu quase não saia da choupana. O Sol, apaixonado e sentindo sua falta, fazia tudo para alegrá-la, mas não tinha nenhum resultado. Infelizmente, ela não resistiu e morreu.

A mata ficou em silêncio total, o Sol não apareceu e toda a aldeia ficou triste. O povo da tribo se esvaiu em lágrimas e enterraram Ianaã próxima ao rio que ela tanto amava. O Sol derramou muitas lágrimas até que, certo dia, resolveu aparecer na terra onde a índia amada estava sepultada.

Após muitos meses, nasceu uma planta verdinha, que cresceu e desabrochou uma linda flor redonda, com pétalas amarelas e o centro formado por sementes escuras. A flor ficava voltada para o Sol desde o amanhecer, até o crepúsculo vespertino. Durante a noite, ela se pendia para baixo, como se tivesse adormecido. No início do novo dia, acordava pronta para adorar o Sol e ser beijada e acariciada por seus raios. As sementes viraram alimento para seus amados amiguinhos. Essa linda flor, recebeu da tribo o nome de girassol.