quinta-feira, 28 de novembro de 2024

RESENHA: CEM ANOS DE SOLIDÃO

Gabriel García Márquez, em "Cem Anos de Solidão", apresenta um dos maiores clássicos da literatura mundial, uma obra que funde o real e o mágico para narrar a saga da família Buendía na mítica cidade de Macondo. Publicado em 1967, o livro é uma das mais significativas representações do realismo mágico e consolidou García Márquez como um dos grandes escritores do século XX, valendo-lhe o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

A narrativa acompanha sete gerações da família Buendía, iniciada pelo casal fundador de Macondo, José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. A história da família se entrelaça com a fundação, ascensão e declínio de Macondo, um lugar onde o extraordinário é cotidiano. Ao longo do romance, experimentamos o impacto de guerras, paixões, tragédias, amores impossíveis e segredos familiares, além de um ciclo recorrente de solidão que marca os destinos de cada personagem.

Temas Centrais
A solidão, presente no título, permeia cada aspecto da narrativa, desde a introspecção dos personagens até suas relações. Cada Buendía, de maneira particular, vive uma busca por pertencimento e compreensão, mas acaba sucumbindo a um isolamento emocional. Outros temas como o tempo, representado de maneira não linear, a repetição de erros e a busca incessante por sentido também são fundamentais. A obra explora ainda o poder, a violência e o misticismo, trazendo críticas sociais e históricas relacionadas à América Latina.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O HOMEM AVARENTO


Quando eu era criança, minha mãe costumava contava um “causo real” sobre um homem chamado Lúcio, conhecido por sua maldade e avareza. Ele era como os antigos coronéis do século XIX, arrogante e autoritário, sua palavra era lei para os que o cercavam. A fama de Lúcio se espalhava longe, e todos os vizinhos da região o temiam. Ele vivia nas proximidades da casa da família da minha mãe, no interior de um município do Pará.

Segundo os relatos de minha mãe, Lúcio morava com a esposa e os filhos. Na casa dele, havia um pequeno comércio de variedades à beira do rio. Porém, o que ele ganhava raramente era usado para o bem-estar da família. Lúcio investia em terras ou escondia suas economias, sem partilhar nada. Sua esposa, submissa, vivia sob constante repressão. Até mesmo a alimentação em casa era racionada, e eles só comiam o que sobrava. Para piorar, seus fregueses viviam praticamente em regime de escravidão, trabalhando em troca de comida e abrigo.

Certa vez, em pleno inverno amazônico, quando a chuva era constante e os alimentos estavam escassos — peixe, caça e camarão eram difíceis de encontrar —, Lúcio decidiu que iria caçar um gavião para comer. Antes de sair, ordenou à esposa que colocasse água para ferver, pois, segundo ele, bastaria depenar o bicho quando o trouxesse. No entanto, sua caçada foi frustrada, e ele retornou de mãos vazias. Furioso, gritou para a esposa:
— Mata o galo, diabo!

A mulher, hesitante, respondeu:
— Se eu matar o galo, as galinhas não vão botar ovo...

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

CHINCOÃ: A AVE QUE ANUNCIA A MORTE

O Norte do Brasil é repleto de lendas fascinantes, e uma delas envolve o pássaro alma-de-gato, conhecido como chincoã ou tincoã. Esses nomes têm o significado de "pássaro-feiticeiro". Segundo a tradição, o canto do chincoã é presságio de morte: quem o escuta estaria com os dias contados.

Minha avó adorava contar a história de um homem chamado Chico e sua fatídica experiência com o chincoã. Ela sempre dizia: "Nunca se deve mexer com os bichos". Chico aprendeu essa lição de forma terrível.

Ele era um caboclo solitário, sem família, que vivia às margens do rio Amazonas, no interior do Pará. Homem rude e descrente, Chico dizia não acreditar em Deus nem em "visagens". Passava seus dias na mata, cortando estacas — pedaços de madeira usados para construir cercas. Para ele, não havia feriados ou dias santos. Todas as manhãs, saía cedo de seu barraco com machado e terçado na mão, pronto para o trabalho.

Certo dia, exausto e faminto, enquanto apontava estacas, Chico ouviu o canto de um chincoã próximo. Irritado, começou a xingar o pássaro:
— Te esconjuro, pássaro da morte! Vá de retro! Vá incomodar a tua mãe! Se não tens o que fazer, ao menos vem apontar as estacas no meu lugar!

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

HOMENAGEM A JOVEM CORDELISTA

 

É com alegria e admiração que faço essa pequena homenagem em reconhecimento ao talento de  Maria Eduarda a "jovem cordelista",  aluna da turma F9TR01 matriculada na escola de ensino fundamental Santa Mônica Breves-Pará. A referida aluna escreveu um cordel que foi selecionado entre vários,  e  escolhido para concorrer a uma premiação durante evento realizado na escola em alusão a semana Agostiniana, evento esse que acontece todos os anos no mês de agosto, que trouxe como Lema: “Aspiras ao grande começas pelo pequeno”. Esta frase pronunciada por Santo Agostinho em um de seus sermões (69,1,2) é o lema pedagógico e pastoral de todos os ministérios da família Agostiniana- Recoleta no ano letivo 2024. Maria Eduarda escreveu o cordel “VALORIZE O PEQUENO, CONQUISTE O GRANDE" se apropriando do lema trabalhado em sala de aula, que significa que para alcançar algo grande, é preciso começar pelo mais simples. Parabéns pelo segundo lugar! Esta é uma vitória que merece ser exaltada e celebrada, pois reflete não apenas o talento, mas também a dedicação e o amor pela arte da escrita. Que sua trajetória continue iluminada e cheia de novas conquistas. Estou ansiosa para ver aonde sua criatividade e seu talento a levarão a seguir. 

Com muito carinho e admiração.

Transcrição na íntegra do Cordel

VALORIZE O PEQUENO, CONQUISTE O GRANDE

(Autora: Maria Eduarda)

Na vida, o pequeno é a semente,

Que brota como amor, que cresce lentamente,

Um gesto singelo, uma palavra amiga

Faz florescer sonhos, e a alma abriga.

 

Valorize o pequeno, não tenha medo,

Na simplicidade está todo o segredo

Um sorriso sincero, um abraço apertado,

São tesouros que valem mais que um legado.

 

O grande é a conquista, fruto do esforço,

Cada passo dado, cada lição aprendida

Forma o caminho para vida querida.

Nos pequenos detalhes a beleza reside,

Um pôr do sol lindo que a mente decide.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

RESENHA DO FILME EU SÓ POSSO IMAGINAR

O filme “Eu só posso imaginar” retrata a trajetória de Bart Millard, vocalista da banda gospel MercyMe.  A narrativa nos apresenta Bart ainda criança (interpretado por Brody Rose), testemunhando a relação violenta de seus pais – e sendo ele próprio vítima da ira de seu pai Arthur (Dennis Quaid), que não só não respeitava seus sonhos, como fazia questão de destruir sua realidade. Bart teve uma infância cercada pela solidão e violência. sua mãe o abandona depois de manda-lo a um acampamento religioso, lá ele conhece Shannon, uma garota muito esperta e inteligente que se apaixona por ele. Ao retornar para casa sua tristeza só aumenta pela ausência da mãe, ele então é obrigado a viver com pai alcoólatra que bate nele constantemente.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

RESENHA DO FILME MUCIZE (O MILAGRE)


O filme é um drama turco, baseado em fatos reais. A história gira em torno do professor Muallim Mahir ( Talat Bulut). Em meados da década de 1960, ele foi enviado para uma região montanhosa da Turquia dominada por bandoleiros para lecionar em um pequeno vilarejo, o professor aceita o desafio por ser funcionário público e, assim assegurar os benefícios de uma futura aposentadoria.

Sua esposa se recusa a acompanha-lo. Ele então parte, primeiro de trem, depois de ônibus até o ponto final. Mas ali não tem nada, então o motorista lhe explica que atrás daquela montanha que ele aponta, há outra, e depois fica a aldeia. O professor então parte e chegando à aldeia é inicialmente recebido por vários homens que lhe apontam um rifle, até descobrirem que é o professor. Para grande surpresa Mahir descobre que ali não tem nenhuma escola.

Ele então toma uma decisão e liga para sua esposa dizendo que foi sequestrado pelos bandidos da montanha e que ela precisa enviar-lhe uma soma urgente, o que ela acaba fazendo. De posse do dinheiro para a construção da escola eles compram o material e retornam. Os bandidos da montanha chegam para ajudar na construção. 

Lenda do Pirarucu

Esta é mais uma das lendas da Amazônia, que conta a história do maior peixe de escamas do Brasil. Pirarucu era na verdade um guerreiro vaidoso extremamente injusto da nação dos Uaiás, grupo indígena que teria habitado a margem direita do rio Içá, no território onde hoje é o estado brasileiro do Amazonas. Pirarucu sempre esperava seu pai Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo sair da aldeia para fazer suas atrocidades. Desse modo, ele executava injustamente os indígenas de sua própria tribo, sem nenhum motivo aparente, apenas por prazer. Além disso, ele ousava criticar os deuses, sem ter medo algum.

Tupã, o deus dos deuses, observando o comportamento daquele mero humano, se irou contra Pirarucu e decidiu puni-lo. Logo, ele convocou dois deuses, Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhasse seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçu, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins não muito longe da aldeia. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Chandoré, acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.

LENDA DA PRIPRIOCA

Segundo o folclore brasileiro originário de uma lenda indígena, Piri-Piri era um importante guerreiro que vivia na tribo dos Manau na selva amazônica. Conta-se que ele exalava um cheiro maravilhoso, capaz de atrair as índias da tribo. O perfume era tão mágico que atraía a atenção de todas as donzelas da aldeia. As índias, enfeitiçadas pelo aroma, tentavam a todo custo prender o ser misterioso, mas nunca conseguiam, pois Piripiri, ao ser capturado, sempre se transformava em vapor perfumado e escapava.

Diz a lenda, que a filha do Pajé da tribo desesperadamente apaixonada por Piri-Piri, pediu ao seu pai, Supi, para lhe ensinar um feitiço que pudesse capturarar Piri-Piri. Para atendê-la, o pajé mandou que ela amarrasse os pés de Piri-Piri com seus cabelos em uma noite de lua cheia. Na mesma noite, as jovens aguardaram até Piripiri dormir. Quando ele adormeceu, as índias o amarraram com os fios de cabelo e adormeceram ao seu lado. Enquanto as índias dormiam Piripiri se transformou novamente em fumaça e desapareceu para nunca mais voltar. Quando o dia amanheceu as moças encontraram apenas uma raiz perfumada no lugar onde Piripiri estava amarrado.

terça-feira, 7 de maio de 2024

O RENASCIMENTO OU CLASSICISMO

O movimento renascentista teve origem na Itália, no século XIV. O desenvolvimento do comércio e das cidades faz nascer um espírito de otimismo, de confiança no homem   (antropocentrismo) e no futuro, que se contrapõe ao teocentrismo e à cultura clerical da Idade Média.

No sentido mais amplo, Renascimento é o movimento cultural que, em sua grande diversidade de manifestações, muitas vezes conflitantes, concretiza historicamente essa nova mentalidade. Em sentido mais estrito, é a assimilação da cultura greco-latina, promovida pelos humanistas.

No início, ainda apresentava marcas profundas da mentalidade medieval, que não desapareceriam de todo. Seu apogeu ocorreu no final do século XV e princípios do XVI, quando começam a surgir os primeiros sinais do movimento Barroco.

O Renascimento italiano difundiu-se pelos outros países da Europa apenas a partir do final do século XV. O Classicismo ficou marcado como um movimento que utilizava as ideias da Antiguidade acerca do equilíbrio e da harmonia das formas.