O
filme é um drama turco, baseado em fatos reais. A história gira em torno do
professor Muallim Mahir ( Talat Bulut). Em meados da década de 1960, ele foi
enviado para uma região montanhosa da Turquia dominada por bandoleiros para
lecionar em um pequeno vilarejo, o professor aceita o desafio por ser funcionário
público e, assim assegurar os benefícios de uma futura aposentadoria.
Sua
esposa se recusa a acompanha-lo. Ele então parte, primeiro de trem, depois de
ônibus até o ponto final. Mas ali não tem nada, então o motorista lhe explica
que atrás daquela montanha que ele aponta, há outra, e depois fica a aldeia. O
professor então parte e chegando à aldeia é inicialmente recebido por vários
homens que lhe apontam um rifle, até descobrirem que é o professor. Para grande
surpresa Mahir descobre que ali não tem nenhuma escola.
Ele então toma uma decisão e liga para sua esposa dizendo que foi sequestrado pelos bandidos da montanha e que ela precisa enviar-lhe uma soma urgente, o que ela acaba fazendo. De posse do dinheiro para a construção da escola eles compram o material e retornam. Os bandidos da montanha chegam para ajudar na construção.
Na
aldeia vive Aziz (Mert Turak), que é filho do chefe da aldeia. Ele tem
problemas, não consegue falar, não anda direito, seu corpo é torto, ele baba, sofre diárias provocações, e bullying das crianças
da aldeia. Seu único amigo é seu cavalo que está sempre com ele. O
professor se interessa por ele, e quando percebe que Aziz tem interesse na
escola o convida para participar. É o primeiro passo na direção de uma
recuperação dele.
Entre os temas presentes no filme, vale a pena
destacar o papel transformador da educação, em especial a maneira como o
professor Mahir integra Aziz às atividades da escola, que até então era visto
como um jovem incapaz e sem qualquer autonomia para desempenhar as atividades
sociais típicas de pessoas adultas da comunidade. A inclusão de Aziz, o reconhecimento de suas potencialidades, de
sua capacidade de aprender e, consequentemente, as profundas mudanças em sua
vida e na dinâmica social do povoado de Palu são o ponto alto do filme.
A narrativa de Mucize parece efetivamente se construir sobre a ideia
do caráter humanizador da educação, sobre o papel dos educadores como agentes
ou sujeitos de transformação social. Mais uma vez, o papel do professor não
somente pela atuação didático pedagógica, mas como agente transformador. Nesse
caso, ele é o milagre, pois conseguiu mudar algumas coisas em um vilarejo tão
distante. Este ou qualquer outro professor do mundo quando se dispõe a promover
mudanças, causa revoluções.
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