sábado, 13 de fevereiro de 2021

REALISMO PORTUGUÊS

O Realismo é um movimento artístico que surge em Portugal a partir de 1860, buscou objetividade e olhar crítico sobre a sociedade do final do século XIX. Com o grande desenvolvimento científico da segunda metade do século XIX, os estudos sobre Filosofia e politica foram marcantes.

O Empirismo ( filosofia que baseia suas verdades na experiência e observação), e o positivismo( doutrina que também valoriza a experiência) marcaram esse período. Influenciados por este momento, que corresponde ao apogeu da civilização burguesa-industrial, os autores realistas escreviam como cientistas: observavam a realidade e retratavam-na fielmente, sem que sua subjetividade interferisse. A realidade, para os realistas, é baseada em leis naturais. O desenvolvimento dessa atitude levou ao Naturalismo, que não foi uma escola literária propriamente dita, mas o Realismo levado ao extremo, vendo o homem totalmente condicionado às leis biológicas.

Já o Parnasianismo é o realismo na Poesia, voltado para motivos clássicos, apresentando perfeição formal. O Parnasianismo foi incipiente ( inicial)  em Portugal. O nome Parnasianismo vem do termo “Parnaso”, que na mitologia grega significa o nome da montanha consagrada pelo deus Apolo e de suas musas da poesia.

O Realismo terminou em 1890, quando o Simbolismo foi introduzido, mas foi atuante até pelo menos 1915. O precursor, na Literatura, é o francês Gustave Flaubert. A obra Madame Bovary é considerada o primeiro romance realista da história da Literatura. Também se destacam autores como: Guerra Junqueiro. Gomes Leal, Cesária Verde, Teófilo Braga, Antero Quental ( poesia); Eça de Queirós, Fialho de Almeida e Ramalho Ortigão ( prosa).

Autores e suas obras:

Cesário Verde Nascido em 1855 e morto em 1886, era dono de uma personalidade requintada. Colocou na poesia temas que nunca haviam sido até tratados, como o povo e o trabalho. Sua obra foi reunida um ano após sua morte, no volume O livro de Cesário verde.

Antero Quental: Nasceu em 1842 nos Açores, e faleceu em 1891. Foi líder de sua geração e uma das importantes figuras da intelectualidade portuguesa do fim do século XIX. Socialista convicto desiludiu-se com essa doutrina no fim da vida e, por fim, acometido pela depressão, suicidou-se.

Suas obras: Odes modernas (1865), Primaveras românticas (1871), Sonetos completos (1886), Raios de extinta luz (1892), prosas (1923-1931).

Guerra Junqueiro: Nasceu em Ligares, freguesia do concelho de Freixo de Espada à Cinta a 15 de setembro de 1850, iniciou a sua carreira literária de maneira promissora em Coimbra no jornal literário A Folha, dirigido pelo poeta João Penha, do qual mais tarde foi redator.

Uma grande parte das composições poéticas de Guerra Junqueiro está reunida no volume que tem por título A musa em férias, publicado em 1879. Neste ano também saiu o poemeto O Melro, que depois foi incluído na Velhice do Padre Eterno, edição de 1885. Publicou Idílios e Sátiras, e traduziu e colecionou um volume de contos de Hans Christian Andersen e outros.

Fialho de Almeida: Nasceu em Vila de Frades, Vidigueira, no dia 7 de Maio de 1857, filho de um mestre-escola. A sua carreira literária foi pautada por um estilo muito irregular, baseado no naturalismo. As suas principais inspirações foram as sensações reais, mórbidas e grosseiras, com temas repartidos entre os cenários urbanos e campestres

Entre as suas obras mais notáveis, encontram-se os cadernos periódicos Os Gatos, redigidos entre 1889 e 1894, que seguiram a mesma linha crítica da obra As Farpas, de Ramalho Ortigão. Algumas outras obras publicadas de Fialho de Almeida são: Contos (1881), A cidade do Vício (1882) Lisboa Galante (1890),  O País das Uvas (1893) e Galiza (1905).

José Maria Eça de Queiroz: Nasceu em 1845, em Póvoa de Varzin. Iniciou sua carreira de escritor publicando folhetins depois reunidos em prosas Bárbaras (1905). Inaugurou a prosa realista em Portugal com o romance O crime do padre Amaro, sendo considerado o maior romancista da época. Podemos reconhecer três fazes na sua obra: A primeira é totalmente realista, procurando principalmente criticar a sociedade. A segunda é mais esperançosa, ainda que crítica. E a terceira retoma o pessimismo realista, com valores diferentes. Algumas de suas obras que foram publicadas São: Ministério da estrada de Sintra- Com Ramalho Ortigão (1871), O primo Basílio (1878), O mandarim (1879), A relíquia (1887), Os Maias (1888), A ilustre casa de Ramires (1900).


 

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