O Realismo é um movimento artístico que surge em Portugal a partir de 1860, buscou objetividade e olhar crítico sobre a sociedade do final do século XIX. Com o grande desenvolvimento científico da segunda metade do século XIX, os estudos sobre Filosofia e politica foram marcantes.
O Empirismo ( filosofia que baseia suas verdades na experiência e observação), e o positivismo( doutrina que também valoriza a experiência) marcaram esse período. Influenciados por este momento, que corresponde ao apogeu da civilização burguesa-industrial, os autores realistas escreviam como cientistas: observavam a realidade e retratavam-na fielmente, sem que sua subjetividade interferisse. A realidade, para os realistas, é baseada em leis naturais. O desenvolvimento dessa atitude levou ao Naturalismo, que não foi uma escola literária propriamente dita, mas o Realismo levado ao extremo, vendo o homem totalmente condicionado às leis biológicas.
Já o Parnasianismo é o
realismo na Poesia, voltado para motivos clássicos, apresentando perfeição
formal. O Parnasianismo foi incipiente ( inicial) em Portugal. O nome Parnasianismo vem do termo
“Parnaso”, que na mitologia grega significa o nome da montanha consagrada pelo
deus Apolo e de suas musas da poesia.
O Realismo terminou em 1890, quando o Simbolismo foi introduzido, mas foi atuante até pelo menos 1915. O precursor, na Literatura, é o francês Gustave Flaubert. A obra Madame Bovary é considerada o primeiro romance realista da história da Literatura. Também se destacam autores como: Guerra Junqueiro. Gomes Leal, Cesária Verde, Teófilo Braga, Antero Quental ( poesia); Eça de Queirós, Fialho de Almeida e Ramalho Ortigão ( prosa).
Autores e suas obras:
Cesário
Verde Nascido em 1855 e morto em 1886, era dono de uma
personalidade requintada. Colocou na poesia temas que nunca haviam sido até
tratados, como o povo e o trabalho. Sua obra foi reunida um ano após sua morte,
no volume O livro de Cesário verde.
Antero
Quental: Nasceu em 1842 nos Açores, e faleceu em 1891. Foi líder
de sua geração e uma das importantes figuras da intelectualidade portuguesa do
fim do século XIX. Socialista convicto desiludiu-se com essa doutrina no fim da
vida e, por fim, acometido pela depressão, suicidou-se.
Suas obras: Odes modernas (1865),
Primaveras românticas (1871), Sonetos completos (1886), Raios de extinta luz
(1892), prosas (1923-1931).
Guerra
Junqueiro: Nasceu em Ligares, freguesia do concelho de Freixo de
Espada à Cinta a 15 de setembro de 1850, iniciou a sua carreira literária de
maneira promissora em Coimbra no jornal literário A Folha, dirigido pelo poeta
João Penha, do qual mais tarde foi redator.
Uma grande parte das
composições poéticas de Guerra Junqueiro está reunida no volume que tem por
título A musa em férias, publicado em 1879. Neste ano também saiu o poemeto O
Melro, que depois foi incluído na Velhice do Padre Eterno, edição de 1885.
Publicou Idílios e Sátiras, e traduziu e colecionou um volume de contos de Hans
Christian Andersen e outros.
Fialho de Almeida: Nasceu em Vila de Frades, Vidigueira, no dia 7 de Maio de 1857, filho de um mestre-escola. A sua carreira literária foi pautada por um estilo muito irregular, baseado no naturalismo. As suas principais inspirações foram as sensações reais, mórbidas e grosseiras, com temas repartidos entre os cenários urbanos e campestres
Entre as suas obras mais
notáveis, encontram-se os cadernos periódicos Os Gatos, redigidos entre 1889 e
1894, que seguiram a mesma linha crítica da obra As Farpas, de Ramalho Ortigão.
Algumas outras obras publicadas de Fialho de Almeida são: Contos (1881), A
cidade do Vício (1882) Lisboa Galante (1890),
O País das Uvas (1893) e Galiza (1905).
José
Maria Eça de Queiroz: Nasceu em 1845, em Póvoa de Varzin. Iniciou
sua carreira de escritor publicando folhetins depois reunidos em prosas
Bárbaras (1905). Inaugurou a prosa realista em Portugal com o romance O crime
do padre Amaro, sendo considerado o maior romancista da época. Podemos
reconhecer três fazes na sua obra: A primeira é totalmente realista, procurando
principalmente criticar a sociedade. A segunda é mais esperançosa, ainda que
crítica. E a terceira retoma o pessimismo realista, com valores diferentes.
Algumas de suas obras que foram publicadas São: Ministério da estrada de
Sintra- Com Ramalho Ortigão (1871), O primo Basílio (1878), O mandarim (1879),
A relíquia (1887), Os Maias (1888), A ilustre casa de Ramires (1900).
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