O Barroco é um termo que indica,
particularmente, as várias manifestações artísticas que foram importantes e,
dessa maneira, marcaram a passagem do século XVI, para o XVII. O Barroco em
Portugal surgiu em 1580, após a morte de Luís de Camões - poeta português
considerado um dos maiores representantes da literatura portuguesa. O estilo
teve fim em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia e nascimento do
Arcadismo.
Esse período foi marcado por
fortes tensões na Europa. Os conflitos da época refletiram-se na arte,
carregada de tensão, liberação das formas e uso abusivo de efeitos. A arte
barroca está essencialmente ligada à contrarreforma, tendo isso, portanto, mais
forte nos países católicos.
Desenvolveram-se durante
esse período a poesia metafísica, a prosa filosófica- moral, a narrativa e o
teatro. Dois tipos modos de produção literária são o Cultismo e o Conceptismo,
ambos surgidos na Espanha.
O Primeiro, usando de fortes
recursos estilísticos, atingiu o obscurecimento do sentido e o segundo visava a
agudeza de expressão. Em resumo o período Barroco tornou a literatura
artificial e por demais refinadas.
O Barroco em Portugal teve
início 1580, com a unificação da Península Ibérica, o que fez com que grande
influência de origem espanhola repercutisse, em suas mais variadas formas.
Um dos aspectos literários
do Barroco em Portugal, são: o Cultismo ou Gongorismo – em referência aos
textos do poeta espanhol Luís de Góngora – que implica na utilização de
metáforas e imagens para todos os sentidos ( a chamada sinestesia).
Nesse estilo é comum o uso
de figuras de linguagem como metáforas, antíteses, hipérboles, hipérbatos,
paradoxos, entre outras. Os escritores também utilizavam nos textos figuras de
sintaxe como trocadilhos, hipérbatos e dubiedades.
Já o Conceptismo, também
chamado de Quevedismo – em referência às poesias do espanhol Francisco de
Quevedo-, corresponde ao jogo de ideias e conceitos pautados em argumentos
racionais. O Conceptismo serve-se da dialética, uma vez que organiza
logicamente as ideias com o fito de convencer e ensinar.
O jogo não só de ideias, mas também de palavras pode ser compreendido sob dois aspectos: um primeiro e mais visível relaciona-se ao próprio espírito de contradição do Barroco e um segundo e mais sutil, relaciona-se à necessidade que os poetas tinham de escapar da rígida censura da Inquisição, daí o uso exagerado das metáforas (figura de linguagem usada para sugerir ideias de maneira sutil).
Os principais autores do
Barroco foram:
O
padre Antônio Vieira (1608 – 1697) Nasceu em Lisboa, foi um
religioso, filósofo, escritor e orador português. Foi o maior pregador do
Barroco, graças a sua Cultura e eloquência.
Suas obras mais importantes
são Sermões (15 volumes, editados entre
1679 e 1718), História do futuro (1718) e cartas (1925- 1928). O Sermão da Sexagésima
é provavelmente o seu sermão mais famoso.
Padre
Manuel Bernardes Nascido em 1644, em Lisboa, morreu louco em
1710. Foi membro da congregação do Oratório de S. Felipe Neri, onde escreveu
toda sua obra, composta por Nova floresta (5 volumes editados entre 1706 e 1728), Armas da castidade(1737),
Sermões e Práticas (1771), Estimulo Prático para bem seguir o bem e fugir o mal
(1730). De estilo mais simples, Bernardes fala direto ao leitor, procurando
formar um bom cidadão e cristão.
D.
Francisco Manuel de Melo (1608-1666) foi outro grande nome do
Barroco em Portugal. Nascido em uma família nobre de Lisboa, D. Francisco era
considerado um artista multifacetado, pois foi militar, memorialista,
historiador e cronista. Foi na prisão que escreverá as suas melhores
obras. É considerado um dos mais importantes autores do Barroco em Portugal.
Escreveu em português e castelhano. Algumas de suas obras: Epanáforas de Vária
História Portuguesa (1660), O Auto do Fidalgo Aprendiz ( 1676), Obras Métricas
(1655), Carta de Guia de Casados (1651).
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