ARCADISMO
NA LITERATURA PORTUGUESA
O marco inicial do Arcadismo
é a fundação da Arcádia Lusitana em 1756, inspirada no Iluminismo Francês, contrários
aos excessos do Barroco, também conhecido como Neoclassicismo, por defender a
volta dos valores clássicos e renascentista.
O Arcadismo valorizava a
natureza e a valorizava como possível lugar de felicidade. Enquanto o Barroco é
religioso, o Arcadismo prefere as entidades místicas e pagãs.
O Arcadismo é contemporâneo o
à ascensão da burguesia, que ascendendo financeiramente deseja o mesmo no plano
de poder político. O ápice desse processo foi a Revolução Francesa. Dentro do
Arcadismo encontramos tanto obras neoclássicas quanto pré-românticas, que
prenunciam a angustia e a subjetividade romântica.
Alguns termos importantes
ligados ao Arcadismo são:
Locus amoenus: O
campo visto como lugar ideal;
Aurea mediocritas: a
vida simples; Segundo essa expressão, o homem mediano é aquele que alcança a
felicidade, não se devendo, assim, procurar riquezas e posses em vida.
Inutilia truncat:
literalmente, cortar o inútil da poesia, entendendo-se esse inútil como sendo o
excesso de rebuscamento formal do movimento Barroco.
Fugere Urbem:
Para os líricos do Arcadismo, a cidade não era o ambiente ideal para viver,
pregando-se, portanto, a fuga da urbanidade como meta a ser alcançada.
Carpe Diem:
Segundo esse preceito, é necessário aproveitar o presente para contemplar a
realidade, sem preocupar-se com o futuro.
Entre os autores árcades, destacamos Luís Antônio Varney na prosa, Filinto Elísio, Correia Garção, Nicolau Tolentino e Bocage na poesia.
Luís
Antônio Verney: Nasceu em 1713, e faleceu em 1792, em Roma.
Formado em Artes e Teologia pela Universidade de Évora, tencionava escrever uma
grande enciclopédia pedagógica que conteria o embasamento para se compreender a
mentalidade arcádica. Sua obra ficou inacabada, devido ao seu falecimento,
porém o que foi escrito comprova sua inteligência e perspicácia.
Escreveu: Verdadeiro método de ensinar (1746), De
ortografia latina Liber Singularis (1747), Apparatus ad philosophiam et
Theologiam (1751), Gramática Latina (1758).
Filinto
Elísio: Pseudônimo do Padre Francisco Manuel do Nascimento,
nasceu em Lisboa. Foi líder do grupo Ribeira das Naus, que se opunha a Arcádia
lusitana. Perseguido pela inquisição refugiou-se na França, onde publicou
poemas reunidos nos dois volumes das Obras
Completas, posteriormente expandidas para 22 volumes. Traduções:Os Mártires, de Chateaubriand, (1816), As Fábulas, de La Fontaine,Púnica, de Sílio
Itálico e Lettres Portugaises, de
Mariana Alcoforado.
Correia
Garção: Formado em direito em Coimbra, nasceu em 1724 e faleceu
em 1772. Ingressou na Arcádia Lusitana em 1756, tendo exercido grande
influencia nela por restabelecer as formas clássicas de expressão. É autor de Obras
Poéticas e discursos acadêmicos. A Cantata
de Dido inspirada em Virgílio,Oh Mil Vezes Feliz e O Louro Chá no Bule
Fumegando. São alguns de seus poemas.
Nicolau
Tolentino de Almeida estudou leis e formou-se em Retóricas. Foi oficial
da secretaria dos Negócios de reino. Em vida publicou Obras poéticas (1801). Foram
publicadas suas obras póstumas, que se tornariam, com acréscimo de composição
inédito, as Obras Completas, em 1861.
Sua poesia é impregnada de humor fino e sutil e aguçadíssima ironia.
Escreveu as seguintes obras
poéticas: Miscelânea Curiosa e Proveitosa,
Bilhar, Passeio, Função, Guerra Amantes.
Obras
poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. I;
Obras
poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. II;
Obras
posthumas.
Manuel
Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) nasceu em Setúbal, às margens
do rio Sado, em Portugal,. Considerado como o grande poeta do Arcadismo de
Portugal, apesar de ter deixado fama de poeta satírico, Bocage é um dos maiores
poetas líricos da literatura portuguesa
Com o pseudônimo de Elmano
Sadino, participou da associação de poetas denominada “Nova Arcádia” ou
Academia das Belas-Artes, que surgiu em Portugal em 1790, escrevendo poesias
que falam de pastores, ovelhas e da mitologia clássica.
Segundo estudiosos existem
dois Bocages: o que o vulgo fixou através de anedotas, verdadeiras algumas e
falsas outras, mas todas raiando na obscenidade grosseira, e o que a tradição literária
nos legou. Sem levar em conta a poesia pornográfica em foi mestre. O segundo
Bocage escreveu vasta obra poética distribuída por dois setores fundamentais: o
satírico e o lírico.
Contudo, é na poesia lírica
que o talento bocageano se realizou de modo particular. Cultivou a lírica
elegíaca, a bucólica e a amorosa, exprimindo-as em Idílios, odes, epigramas,
cantatas, elegias, canções, epistolas, cançonetas sonetos etc.
Os sonetos contêm na
verdade, o mais alto sopro de seu talento lírico.
Obras de Bocage:
A Morte de D. Ignez (eBook)
A Pavorosa Illusão (eBook)
A Virtude Laureada (eBook)
Elegia (eBook)
Improvisos de Bocage (eBook)
Mágoas Amorosas de Elmano
(eBook)
Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina (eBook)
Fontes:
Enciclopédia Estudante nota
10 DCL Editora.
MOISÉS, Massaud. A
Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2008
FERREIRA, Joaquim. História
da literatura portuguesa. Porto, Ed. Domingos Barreira, s/a.
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livre.
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