terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O ARCADISMO PORTUGUÊS (1756-1825)

ARCADISMO  NA LITERATURA PORTUGUESA

O marco inicial do Arcadismo é a fundação da Arcádia Lusitana em 1756, inspirada no Iluminismo Francês, contrários aos excessos do Barroco, também conhecido como Neoclassicismo, por defender a volta dos valores clássicos e renascentista.

O Arcadismo valorizava a natureza e a valorizava como possível lugar de felicidade. Enquanto o Barroco é religioso, o Arcadismo prefere as entidades místicas e pagãs.

O Arcadismo é contemporâneo o à ascensão da burguesia, que ascendendo financeiramente deseja o mesmo no plano de poder político. O ápice desse processo foi a Revolução Francesa. Dentro do Arcadismo encontramos tanto obras neoclássicas quanto pré-românticas, que prenunciam a angustia e a subjetividade romântica.

Alguns termos importantes ligados ao Arcadismo são:

Locus amoenus: O campo visto como lugar ideal;

Aurea mediocritas: a vida simples; Segundo essa expressão, o homem mediano é aquele que alcança a felicidade, não se devendo, assim, procurar riquezas e posses em vida.   

Inutilia truncat: literalmente, cortar o inútil da poesia, entendendo-se esse inútil como sendo o excesso de rebuscamento formal do movimento Barroco.

Fugere Urbem: Para os líricos do Arcadismo, a cidade não era o ambiente ideal para viver, pregando-se, portanto, a fuga da urbanidade como meta a ser alcançada.

Carpe Diem: Segundo esse preceito, é necessário aproveitar o presente para contemplar a realidade, sem preocupar-se com o futuro.

Entre os autores árcades, destacamos Luís Antônio Varney na prosa, Filinto Elísio, Correia Garção, Nicolau Tolentino e Bocage na poesia.

Luís Antônio Verney: Nasceu em 1713, e faleceu em 1792, em Roma. Formado em Artes e Teologia pela Universidade de Évora, tencionava escrever uma grande enciclopédia pedagógica que conteria o embasamento para se compreender a mentalidade arcádica. Sua obra ficou inacabada, devido ao seu falecimento, porém o que foi escrito comprova sua inteligência e perspicácia.

Escreveu: Verdadeiro método de ensinar (1746), De ortografia latina Liber Singularis (1747), Apparatus ad philosophiam et Theologiam (1751), Gramática Latina (1758).

Filinto Elísio: Pseudônimo do Padre Francisco Manuel do Nascimento, nasceu em Lisboa. Foi líder do grupo Ribeira das Naus, que se opunha a Arcádia lusitana. Perseguido pela inquisição refugiou-se na França, onde publicou poemas reunidos nos dois volumes das Obras Completas, posteriormente expandidas para 22 volumes. Traduções:Os Mártires, de Chateaubriand, (1816), As Fábulas, de La Fontaine,Púnica, de Sílio Itálico e Lettres Portugaises, de Mariana Alcoforado.

Correia Garção: Formado em direito em Coimbra, nasceu em 1724 e faleceu em 1772. Ingressou na Arcádia Lusitana em 1756, tendo exercido grande influencia nela por restabelecer as formas clássicas de expressão. É autor de Obras Poéticas e discursos acadêmicos. A Cantata de Dido inspirada em Virgílio,Oh Mil Vezes Feliz e O Louro Chá no Bule Fumegando. São alguns de seus poemas.

Nicolau Tolentino de Almeida estudou leis e formou-se em Retóricas. Foi oficial da secretaria dos Negócios de reino. Em vida publicou Obras poéticas (1801). Foram publicadas suas obras póstumas, que se tornariam, com acréscimo de composição inédito, as Obras Completas, em 1861. Sua poesia é impregnada de humor fino e sutil e aguçadíssima ironia.

Escreveu as seguintes obras poéticas: Miscelânea Curiosa e Proveitosa, Bilhar, Passeio, Função, Guerra  Amantes.

Obras poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. I;

Obras poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. II;

Obras posthumas.

Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) nasceu em Setúbal, às margens do rio Sado, em Portugal,. Considerado como o grande poeta do Arcadismo de Portugal, apesar de ter deixado fama de poeta satírico, Bocage é um dos maiores poetas líricos da literatura portuguesa

Com o pseudônimo de Elmano Sadino, participou da associação de poetas denominada “Nova Arcádia” ou Academia das Belas-Artes, que surgiu em Portugal em 1790, escrevendo poesias que falam de pastores, ovelhas e da mitologia clássica.

Segundo estudiosos existem dois Bocages: o que o vulgo fixou através de anedotas, verdadeiras algumas e falsas outras, mas todas raiando na obscenidade grosseira, e o que a tradição literária nos legou. Sem levar em conta a poesia pornográfica em foi mestre. O segundo Bocage escreveu vasta obra poética distribuída por dois setores fundamentais: o satírico e o lírico.

Contudo, é na poesia lírica que o talento bocageano se realizou de modo particular. Cultivou a lírica elegíaca, a bucólica e a amorosa, exprimindo-as em Idílios, odes, epigramas, cantatas, elegias, canções, epistolas, cançonetas sonetos etc.

Os sonetos contêm na verdade, o mais alto sopro de seu talento lírico.

Obras de Bocage:

A Morte de D. Ignez (eBook)

A Pavorosa Illusão (eBook)

A Virtude Laureada (eBook)

Elegia (eBook)

Improvisos de Bocage (eBook)

Mágoas Amorosas de Elmano (eBook)

Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina (eBook)

Fontes:

Enciclopédia Estudante nota 10 DCL Editora.

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2008

FERREIRA, Joaquim. História da literatura portuguesa. Porto, Ed. Domingos Barreira, s/a.

Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

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