quarta-feira, 5 de agosto de 2020

FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA

          Em um contexto histórico a formação literária brasileira teve inicio com a colonização do Brasil, no período denominado Quinhentismo, que data de 1500 a 1601, mas ainda sofrendo fortes influencias dos colonizadores portugueses, sem apresentar nenhum estilo literário articulado e desenvolvido.

         O marco inicial da Literatura brasileira  se deu a partir do século XVI, através de um sistema de produção, divulgação e leitura de obras. Dentre as quais estavam à carta de Pero Vaz de Caminha, as crônicas, poesias e Sermões do Padre José de Anchieta. Esses documentos reconhecidos como manifestações literárias do Quinhentismo denominadas de literatura informativa e de catequese, por tratarem de uma descrição do país. Portanto, não são consideradas propriamente Literatura brasileira, mas Literatura do Brasil.

         A partir do século XVII, depois da Reforma e contra- reforma da igreja  surge o Barroco brasileiro, que foi chamado por alguns historiadores como Escola Baiana.  Não se pode dizer que existisse um ambiente literário na Bahia. A Literatura brasileira era bastante esparsa.

         O único autor de relevo no seiscentismo foi Gregório de Matos Guerra, que para alguns historiadores é o iniciador da Literatura brasileira, mas é interessante ressaltar que ele não escrevia com consciência e sim com a intenção de criticar o governo Baiano. Sua obra recebeu influencias do Cultismo de Gongora e do Conceptismo de Quevedo.

        O poeta teve suas obras divididas em: Sacras, satírica, amorosa e de escarnio, por sua irreverência em não poupar a ninguém recebeu o apelido de “Boca do Inferno”.

A Jesus Cristo, Nosso Senhor

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,

Da vossa alta clemência me despido;

Antes, quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

 

Se basta a vos irar tanto pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

 

Se uma ovelha perdida já cobrada,

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na Sacra História:

 

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,

Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória.

                    

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