quarta-feira, 5 de agosto de 2020

FLORBELA ESPANCA

Falar um pouco da poeta Florbela Espanca, a qual tive o privilégio de conhecer sua obra através de um professor na Universidade. Quando o mesmo começou a declamar o poema" Fanatismo",  me apaixonei pela obra da autora , logo comecei a procurar os livros na internet, já que não temos livraria na minha cidade, nas minhas pesquisas encontrei Cherneca em Flor(1931), Livro de mágoas(1919), então, comecei a ler vários de seus poemas, desde então, pensei em compartilhar com os amantes de poesias assim como eu.

A poeta abordou temas como amor, erotização, angústia e sofrimento, trazendo a figura feminina para suas obras.Florbela d'Alma da Conceição Espanca (1894-1930). Nascida em Vila Viçosa, na região centro-sul de Portugal, Florbela perdeu a mãe muito cedo. Filha ilegítima de João Maria Espanca, foi registrada como se tivesse pai desconhecido e com o nome de Flor Bela Lobo. No entanto, João foi responsável por sua criação junto com a esposa, Mariana Espanca

Florbela escreveu seu primeiro poema entre 1903 e 1904: “A vida e a morte”. Na mesma época, fez um soneto em homenagem ao seu irmão Apeles.O primeiro conto escrito por ela foi “Mamã!”, em 1907, sobre sua mãe biológica, que morreria um ano depois.

Florbela Espanca é considerada uma mulher à frente de seu tempo apesar de não levantar bandeiras sociais como o Feminismo. A autora foi uma mulher Intensa, ela abordou o erotismo em parte de seus sonetos. A poeta mostrou que o tema poderia ser tratado por mulheres, o que era um tabu no início do século XX.

Em 1927, Florbela Espanca perdeu o irmão. Apeles morreu em um acidente de avião, o que marcou a vida da poeta até o fim. Cada vez mais debilitada pelo falecimento do irmão, Florbela tentou suicídio por três vezes, falhando nas duas primeiras e sendo a última fatal. Ela morreu no dia do seu aniversário de 36 anos, em 8 de dezembro de 1930, na cidade de Matosinhos, com superdose de barbitúricos.

A escritora foi intensa, e isso é perceptível em trabalhos como “A vida e a morte”, o seu primeiro poema. Apesar de ter sido escrito quando Florbela ainda era criança, com apenas 9 anos de idade, o texto já traz sua essência.

 

A vida e a morte 

 

O que é a vida e a morte

Aquela infernal inimiga

A vida é o sorriso

E a morte da vida a guarida

 

A morte tem os desgostos

A vida tem os felizes

A cova tem a tristeza

E a vida tem as raízes

 

A vida e a morte são

O sorriso lisonjeiro

E o amor tem o navio

E o navio o marinheiro

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