Em 1836, um grupo de brasileiros- Sales Torres Homem, Araújo Porto Alegre, Pereira da Silva e Gonçalves de Magalhães, sob a liderança deste último- lançou em Paris a Niterói, revista brasiliense. Os dois números dessa publicação pregavam a renovação da literatura brasileira pela adoção dos ideais românticos - sobretudo o nacionalismo e a religiosidade- e abandono dos padrões neoclássicos. No mesmo ano, Gonçalves de Magalhães publicou seu livro de poesias Suspiros poéticos e saudades, considerado a primeira obra intencionalmente romântica de nossa literatura.
O Romantismo teve uma duração de aproximadamente meio século, evoluindo por três gerações de poetas. O ano de 1881, como a publicação das Memórias póstumas de Braz Cubas, de Machado de Assis, e o Mulato, de Aluísio Azevedo, é considerado o marco inicial do Realismo-Naturalismo.
Primeira geração romântica brasileira
Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e Manuel Araújo de Porto Alegre (1806-1879), formados no período clássico, não conseguiram realizar o maior ideal do Romantismo- a liberdade expressiva. Apesar disso, foram responsáveis por um "programa" de renovação da literatura nos termos de uma proposta nacionalista.
Assim o nacionalismo é o traço que caracteriza a literatura que essa primeira geração romântica realiza, sobretudo com o indianismo e a descrição da natureza ( cor local).
Apenas na década de 1840, surgiria o primeiro grande poeta do nosso Romantismo: Antônio Gonçalves Dias. (1823- 1864)
O maranhense Gonçalves Dias não foi superado pelas gerações
seguintes, na opinião de boa parte da crítica. Seu primeiro livro ( Primeiros
cantos, 1846) eleva o nível superior as propostas temáticas do grupo de
Magalhães: o nacionalismo, o indianismo, a cor local. É preciso mencionar,
entretanto, que, se o poeta é lembrado, sobretudo como indianista, sua lírica
amorosa não é menos importante. Poemas como “Seus olhos”, “Olhos verdes”
contam-se entre as mais belas do Romantismo em língua portuguesa.
O indianismo de Gonçalves Dias tanto possui as
características básicas dessa tendência literária como redimensiona a imagem do
índio. Enfim, um homem perfeito e essencialmente puro- o “bom selvagem” de
Rousseau, adaptado ao paraíso terrestre da exuberante natureza tropical.
O mais importantes poemas indianistas de Gonçalves Dias são:
“ O canto do Piaga”, “I- Juca Pirama”, “ Marabá”, “Leito de folhas verdes” e “Canção
do tamoio”.
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