quinta-feira, 23 de julho de 2020
ARRANJOS DE FLORES EM E V A
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
(William Shakespeare)
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
LENDA DO UIRAPURU
Conta à lenda que um jovem guerreiro índio, chamado Quaraça, que morava com sua gente na floresta Amazônica e adorava passear pelas matas tocando sua flauta de bambu. O som ecoava entre as arvores e fazia calar os bichos. Todos gostavam de escutar aquela música.
Um dia, enquanto passeava
pela tribo, o jovem Quaraça achou de se apaixonar pela belíssima Anahi, que era
casada com o cacique.
O jovem sabia que seu amor
era impossível, e logo a tristeza tomou conta dele. De tanto sofrer, nem queria
mais tocar a sua flauta.
A tristeza o consumia. Foi
aí que ele resolveu pedir ajuda ao Deus Tupã. Foi para o meio da floresta,
tocou, tocou muito aquela flauta. Chorava e cantava pedindo ajuda.
Tupã ficou sensibilizado com
o sofrimento do jovem e resolveu ajudar, transformando-o num pequeno pássaro colorido
(vermelho e amarelo, com asas pretas), de belíssimo canto, e deu-lhe o nome de
Uirapuru.
Naquele dia, Uirapuru voou
pela floresta, voltou â tribo, cantou, voou de novo. E assim passou a fazer
todos os dias, encantando a todos com seu forte e lindo canto.
Toda vez que via sua amada,
ele pousava e cantava pra ela, que ficava maravilhada com o som daquele pequeno e lindo pássaro.
Com o tempo, o cacique
também ficou encantado com o canto do Uirapuru. Queria que ele ficasse cantando
ali, para sempre. Quis aprisiona-lo, fez uma arapuca, foi a sua procura e perdeu-se na floresta.
Dele, ninguém mais teve notícias.
Dizem que foi castigo do
Curupira, o protetor dos bichos da floresta, que não pode ver animal sofrendo
sem ficar danado de bravo.
A bela Anahí ficou sozinha,
mas nem teve tempo para tristeza, porque o Uirapuru chegava ali todos os dias,
com aquele canto lindo, para consolar a amada. Mais que isso, ele soltava
aquele canto triste, porque acreditava que, assim, ela poderia descobrir quem
ele era e isso quebraria o encanto. Mas o que se sabe é que ele continua
cantando nas matas até hoje...
Diz ainda à lenda que o
Uirapuru é um pássaro mágico que traz muita sorte. Acredita-se que, quem
conseguir vê-lo cantando, é só fazer um pedido que o pássaro realiza.