A cerejeira
é uma planta nativa do Japão, onde estão documentadas cerca de 300 variedades.
Suas flores são conhecidas mundialmente por sua beleza e perfume suave. No
Brasil, existem diversas espécies de cerejeiras plantadas por imigrantes
japoneses que se estabeleceram principalmente nas regiões Sul e Sudeste, em
cidades com clima subtropical e temperado.
Entre essas cidades
estão São Paulo, Campos do Jordão e Curitiba, no Paraná, onde é possível
apreciá-las em locais como o Jardim Botânico, o Parque Tanguá e a Praça do
Japão. Elas florescem entre o final de julho e o início de agosto — período que
marca o fim do inverno e a chegada da primavera.
Segundo as tradições japonesas, há uma lenda que ecoa através dos séculos — uma história de amor que celebra a beleza efêmera e a delicadeza da vida. É a lenda do Sakura, a flor da cerejeira, que se tornou um símbolo icônico da cultura japonesa.
A
lenda do Sakura remonta a séculos atrás, quando o Japão era governado por
imperadores divinos e os deuses caminhavam entre os mortais. Conta-se que uma
princesa celestial chamada Konohana Sakuya Hime, que personificava a primavera
e a floração, desceu do céu para habitar a terra. Ela era a divindade da
cerejeira, uma deusa que zelava pelo florescimento e pela beleza das árvores de
Sakura.
Segundo
a lenda, Konohana Sakuya Hime se apaixonou por um nobre chamado Yamato Takeru,
um valente guerreiro que buscava conquistar terras e provar sua coragem. Em sua
jornada, Yamato Takeru enfrentou desafios mortais e emboscadas de seus
inimigos. Em um momento crítico, ele se encontrou perdido em uma densa
floresta, sem comida ou água, à beira da morte.
Foi
então que Konohana Sakuya Hime apareceu diante dele, em forma humana,
oferecendo-lhe abrigo e alimento. Ela preparou uma refeição com arroz e água
pura, mas antes de entregar a comida a Yamato Takeru, ela fez algo inusitado. A
deusa cuspiu saliva no arroz e o jogou no fogo, desafiando assim a confiança do
guerreiro.
Surpreso
e indignado, Yamato Takeru perguntou por que ela tinha feito aquilo. Konohana
Sakuya Hime explicou que o arroz representava a vida humana, frágil e efêmera,
enquanto sua saliva representava a transitoriedade e a impermanência. Ao cuspir
na comida e colocá-la no fogo, ela estava demonstrando que mesmo algo tão
precioso quanto a vida pode ser transformado e perdido num instante.
Impressionado
com a sabedoria da deusa, Yamato Takeru se desculpou humildemente e comeu o
arroz. Enquanto saboreava a refeição, ele percebeu a verdade por trás das
palavras de Konohana Sakuya Hime. Ele compreendeu que a vida, assim como a flor
de cerejeira, é bela e fugaz, e que devemos valorizá-la e apreciá-la enquanto
podemos.
Em
gratidão pela lição aprendida, Yamato Takeru prometeu honrar a deusa e proteger
suas amadas árvores de Sakura. Ele plantou cerejeiras por todo o país,
espalhando sua beleza e lembrando a todos da fragilidade e da preciosidade da
vida.
Fonte: (Coisas do Japão. com)
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