quinta-feira, 17 de julho de 2025

A LENDA DE SAKURA ( A flor da cerejeira)


 

A cerejeira é uma planta nativa do Japão, onde estão documentadas cerca de 300 variedades. Suas flores são conhecidas mundialmente por sua beleza e perfume suave. No Brasil, existem diversas espécies de cerejeiras plantadas por imigrantes japoneses que se estabeleceram principalmente nas regiões Sul e Sudeste, em cidades com clima subtropical e temperado.

Entre essas cidades estão São Paulo, Campos do Jordão e Curitiba, no Paraná, onde é possível apreciá-las em locais como o Jardim Botânico, o Parque Tanguá e a Praça do Japão. Elas florescem entre o final de julho e o início de agosto — período que marca o fim do inverno e a chegada da primavera.

Segundo as tradições japonesas, há uma lenda que ecoa através dos séculos — uma história de amor que celebra a beleza efêmera e a delicadeza da vida. É a lenda do Sakura, a flor da cerejeira, que se tornou um símbolo icônico da cultura japonesa.

A lenda do Sakura remonta a séculos atrás, quando o Japão era governado por imperadores divinos e os deuses caminhavam entre os mortais. Conta-se que uma princesa celestial chamada Konohana Sakuya Hime, que personificava a primavera e a floração, desceu do céu para habitar a terra. Ela era a divindade da cerejeira, uma deusa que zelava pelo florescimento e pela beleza das árvores de Sakura.

Segundo a lenda, Konohana Sakuya Hime se apaixonou por um nobre chamado Yamato Takeru, um valente guerreiro que buscava conquistar terras e provar sua coragem. Em sua jornada, Yamato Takeru enfrentou desafios mortais e emboscadas de seus inimigos. Em um momento crítico, ele se encontrou perdido em uma densa floresta, sem comida ou água, à beira da morte.

Foi então que Konohana Sakuya Hime apareceu diante dele, em forma humana, oferecendo-lhe abrigo e alimento. Ela preparou uma refeição com arroz e água pura, mas antes de entregar a comida a Yamato Takeru, ela fez algo inusitado. A deusa cuspiu saliva no arroz e o jogou no fogo, desafiando assim a confiança do guerreiro.

Surpreso e indignado, Yamato Takeru perguntou por que ela tinha feito aquilo. Konohana Sakuya Hime explicou que o arroz representava a vida humana, frágil e efêmera, enquanto sua saliva representava a transitoriedade e a impermanência. Ao cuspir na comida e colocá-la no fogo, ela estava demonstrando que mesmo algo tão precioso quanto a vida pode ser transformado e perdido num instante.

Impressionado com a sabedoria da deusa, Yamato Takeru se desculpou humildemente e comeu o arroz. Enquanto saboreava a refeição, ele percebeu a verdade por trás das palavras de Konohana Sakuya Hime. Ele compreendeu que a vida, assim como a flor de cerejeira, é bela e fugaz, e que devemos valorizá-la e apreciá-la enquanto podemos.

Em gratidão pela lição aprendida, Yamato Takeru prometeu honrar a deusa e proteger suas amadas árvores de Sakura. Ele plantou cerejeiras por todo o país, espalhando sua beleza e lembrando a todos da fragilidade e da preciosidade da vida.

 Fonte: (Coisas do Japão. com)

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