A prosa românica
participa do mesmo projeto nacionalista da poesia, as semelhanças entre o
romance Iracema e a poesia indianista de Gonçalves Dias; formada pelo
intercurso dos elementos índio e europeu; a cor local, explorada nos mínimos elementos
da linguagem descritiva, através do uso contínuo da analogia.
Entretanto a prosa romântica
não se limitou ao indianismo. Em suas três décadas de evolução diversificaram
os seus temas, num grande esforço para criar uma tradição literária brasileira.
Por maiores restrições que se façam à literatura romântica, não se pode negar
que ela logrou seus objetivos programáticos: todo o desenvolvimento posterior
de nossa literatura é devedor do empreendimento pioneiro dos ficcionistas românticos.
Contrariamente à poesia, a prosa de ficção praticamente inexistiu durante o período colonial. Não temos autores em prosa com a qualidade que se pôde verificar na produção poética anterior à era romântica com Gregório de Matos, Claudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga ou Basílio da Gama. Na ausência de uma tradição, os autores românticos tiveram que partir do nada, restringindo-se necessariamente, aos modelos dos romances europeus, já bastantes difundidos entre nós na década de 1830.