quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

FLOR DE MURURÉ OU AGUAPÉ


Sou uma paraense, marajoara, nortista e admiradora das flores aquáticas da região amazônica, entre elas: a flor do mururé ou aguapé, elas são consideradas ervas daninha dos rios e lagos da região, porém embelezam a paisagem natural, também exalam um perfume maravilhoso. Só quem reside por aqui, ou já viu de perto os Mururés ou aguapés, sabe o que vou compartilhar com os leitores.

Para os moradores dos rios da Amazônia  é muito comum ver extensões de mururés vagando nos rios, ou encostados em suas margens durante o período da maré baixa. Geralmente só vemos as flores do mururé durante a noite, pois o Sol forte da região faz com que elas murchem muito rápido.

FLOR AÇUCENA

 




Eu sou uma pessoa apaixonada por flores, hoje vou falar sobre a AÇUCENA, uma espécie de flor pela qual sou apaixonada, estou sempre pesquisando sobre essa flor, então resolvi compartilhar algumas peculiaridades sobre ela. Costumo confeccionar flores em EVA,  entre elas a açucena, que se apresenta de várias espécies.

SIGNIFICADO DE AÇUCENA

O que é Açucena:

Açucena é uma planta que pode corresponder ao gênero Amaryllis, Hippeastrum, Worsleya e Zephyranthes, da família das amarilidáceas. A flor desta planta originária da América do Sul também é conhecida como amarílis, flor-de-lis do Japão e flor-de-lis de São Tiago.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Análise da letra da música PLANETA ÁGUA

Esta é a maneira como eu interpreto a letra dessa música, não é uma análise literária e sim uma reflexão do que o compositor quis colocar na canção em relação a preservação da água, em nosso planeta. Outras pessoas podem ter outra opinião e interpretação, apenas quero compartilhar aquilo que penso a respeito de nossas atitudes como seres humanos dependentes deste liquido tão precioso que é a ÁGUA.

Análise da música Planeta Água (Guilherme Arantes)

Por: Mara Marques

A música Planeta água é uma obra musical de autoria do cantor e compositor Guilherme Arantes, que consiste em um alerta a população mundial de como devemos tratar da preservação das águas.

Composta e gravada em 1981, no gênero MPB com a produção de Fernando Adour, Liminha.

A música foi uma das finalistas do Festival MPB Shell, promovido pela TV Globo, tendo alcançado o segundo lugar.

Planeta Água é uma música que embora tenha sido lançada a mais de trinta anos, continua com uma letra atual, por tratar da preservação das águas e do Planeta Terra.

Conheça a letra da canção e descubra o significado por trás da letra.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O SENTIDO DO NATAL

 


Ah, se os homens realmente compreendessem,

O verdadeiro sentido do Natal,

Se os seres humanos se amassem com igualdade,

Demonstrassem amor, solidariedade, união e paz,

O mundo não seria tão desigual.

 

Natal poderia ser todos os dias,

Pra você pedir a Deus  pelos desvalidos

Se colocar no lugar de seu irmão,

Sentir misericórdia e compaixão,

Ajudar aqueles que mendigam por um pedaço de pão.

 

Natal é ser a luz que ilumina os corações vazios,

 a estrela que brilha na vida daqueles que buscam a paz,

 em sentir a alegria da família reunida em harmonia,

É seguir os passos de Jesus sempre  irradiando

Paz, amor , alegria, caridade e o perdão.

 

Natal é mais que luzes coloridas piscando,

É dia de comemoração sublime,

Tempo de renascimento e novas conquistas,

Época de reflexão e encanto, fraternidade e união.

 

Enfim, Natal é o dia o aniversário de Jesus,

Dia de agradecer a bondade e generosidade

Daquele que veio ao mundo para trazer

Paz e amor aos homens de boa vontade.


 


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Eu (Clarice Lispector)

 

Sou composta por urgências:

minhas alegrias são intensas;

minhas tristezas, absolutas.

Entupo-me de ausências,

Esvazio-me de excessos.

Eu não caibo no estreito,

eu só vivo nos extremos.

 

Pouco não me serve,

médio não me satisfaz,

metades nunca foram meu forte!

 

Todos os grandes e pequenos momentos,

feitos com amor e com carinho,

são pra mim recordações eternas.

Palavras até me conquistam temporariamente…

Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.

 

Suponho que me entender

não é uma questão de inteligência

e sim de sentir,

de entrar em contato…

Ou toca, ou não toca.


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

LENDA DA ILHA ENCANTADA


A narrativa que vou compartilhar hoje, é parte integrante de um trabalho acadêmico de pesquisa sobre os contos  e "causos" , que são passados de geração em geração. A pesquisa foi feita com um grupo de colegas de classe, como parte avaliativa da disciplina Literatura Amazônica. A estória  contém o sotaque nativo dos moradores da Ilha de Marajó, desse modo, vou publicar na íntegra o "causo" que ouvimos de uma senhora de 72 anos de idade. A mesma afirma que as estórias são verdadeiras.

Esta narrativa ocorreu no município de Bagre. Segundo (Dona Alda Gonçalves).

Pois é,  meus filhos, essa estória é de uma menina que namorava um rapaz munto bunitu então, ninguém cunhecia eli, eli só aparecia na festa. Toda festa qui tinha eli tava, e ela tava, ela ficava com eli, quandu foi um dia. No finzinho da festa, quando já tinha poca genti.

 Ele dissi pra ela não olhá pra ele di dia.

- Eu vou durmi intão ela disse:

- Vai durmi no meu quarto ele disse: Tá! Mas quatro horas da manhã tu me chama, ai eli entrou la pru quartu dela i ela foi deitá também pru outru quartu. Aí, ela pegou nu sonu quandu ela si lembrô o dia tava claru. ai ela foi abriu a porta do quarto olhô, si assustu quando viu que tava lá um montuero de cobra, certo com a coberta da casa, quandu abriu a casa que viu tava dia, que o dia tava claru, eli só deu um esturro i incantou a ilha com tudo.

A ilha era pertu da ilha do ioiá, ai no Bagre, ai a cidadi afundô tudu, qui quandu chega o tempo dessa festa a genti iscuta a musica galu canta. Tudo a genti escuta.

 ( Pesquisadores): -É verdadeira essa história ai? Resposta: É verdadeira sim meus filhos.

Era Nossa Senhora da Conceição dia 8 de Dezembru naum sei o anu e lá dondi aconteceu issu nasceu uma toceira de cana, com três canas, então lá desdi essa época, os moradores lá di perto dize que pra disincatá a ilha teim qui atorá a cana beim nu meiu, só cum uma teçadada sem firir as du ladu, pra poder a cidadi voltá. Ai ninguém tem coragi! E continua o mistério até huje, só se vê as luz piscando de nuite.

Segundo Benjamim (1993 p. 197-221), “o Brasil ainda é um país da voz oral, mesmo nas cidades grandes, onde se presume a inexistência de narrativas de apelos populares, ele continua afluir com mesmo caráter admoestador e mágico”. 


FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA

          Em um contexto histórico a formação literária brasileira teve inicio com a colonização do Brasil, no período denominado Quinhentismo, que data de 1500 a 1601, mas ainda sofrendo fortes influencias dos colonizadores portugueses, sem apresentar nenhum estilo literário articulado e desenvolvido.

         O marco inicial da Literatura brasileira  se deu a partir do século XVI, através de um sistema de produção, divulgação e leitura de obras. Dentre as quais estavam à carta de Pero Vaz de Caminha, as crônicas, poesias e Sermões do Padre José de Anchieta. Esses documentos reconhecidos como manifestações literárias do Quinhentismo denominadas de literatura informativa e de catequese, por tratarem de uma descrição do país. Portanto, não são consideradas propriamente Literatura brasileira, mas Literatura do Brasil.

         A partir do século XVII, depois da Reforma e contra- reforma da igreja  surge o Barroco brasileiro, que foi chamado por alguns historiadores como Escola Baiana.  Não se pode dizer que existisse um ambiente literário na Bahia. A Literatura brasileira era bastante esparsa.

         O único autor de relevo no seiscentismo foi Gregório de Matos Guerra, que para alguns historiadores é o iniciador da Literatura brasileira, mas é interessante ressaltar que ele não escrevia com consciência e sim com a intenção de criticar o governo Baiano. Sua obra recebeu influencias do Cultismo de Gongora e do Conceptismo de Quevedo.

        O poeta teve suas obras divididas em: Sacras, satírica, amorosa e de escarnio, por sua irreverência em não poupar a ninguém recebeu o apelido de “Boca do Inferno”.

A Jesus Cristo, Nosso Senhor

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,

Da vossa alta clemência me despido;

Antes, quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

 

Se basta a vos irar tanto pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

 

Se uma ovelha perdida já cobrada,

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na Sacra História:

 

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,

Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória.

                    

FLORBELA ESPANCA

Falar um pouco da poeta Florbela Espanca, a qual tive o privilégio de conhecer sua obra através de um professor na Universidade. Quando o mesmo começou a declamar o poema" Fanatismo",  me apaixonei pela obra da autora , logo comecei a procurar os livros na internet, já que não temos livraria na minha cidade, nas minhas pesquisas encontrei Cherneca em Flor(1931), Livro de mágoas(1919), então, comecei a ler vários de seus poemas, desde então, pensei em compartilhar com os amantes de poesias assim como eu.

A poeta abordou temas como amor, erotização, angústia e sofrimento, trazendo a figura feminina para suas obras.Florbela d'Alma da Conceição Espanca (1894-1930). Nascida em Vila Viçosa, na região centro-sul de Portugal, Florbela perdeu a mãe muito cedo. Filha ilegítima de João Maria Espanca, foi registrada como se tivesse pai desconhecido e com o nome de Flor Bela Lobo. No entanto, João foi responsável por sua criação junto com a esposa, Mariana Espanca

Florbela escreveu seu primeiro poema entre 1903 e 1904: “A vida e a morte”. Na mesma época, fez um soneto em homenagem ao seu irmão Apeles.O primeiro conto escrito por ela foi “Mamã!”, em 1907, sobre sua mãe biológica, que morreria um ano depois.

Florbela Espanca é considerada uma mulher à frente de seu tempo apesar de não levantar bandeiras sociais como o Feminismo. A autora foi uma mulher Intensa, ela abordou o erotismo em parte de seus sonetos. A poeta mostrou que o tema poderia ser tratado por mulheres, o que era um tabu no início do século XX.

Em 1927, Florbela Espanca perdeu o irmão. Apeles morreu em um acidente de avião, o que marcou a vida da poeta até o fim. Cada vez mais debilitada pelo falecimento do irmão, Florbela tentou suicídio por três vezes, falhando nas duas primeiras e sendo a última fatal. Ela morreu no dia do seu aniversário de 36 anos, em 8 de dezembro de 1930, na cidade de Matosinhos, com superdose de barbitúricos.

A escritora foi intensa, e isso é perceptível em trabalhos como “A vida e a morte”, o seu primeiro poema. Apesar de ter sido escrito quando Florbela ainda era criança, com apenas 9 anos de idade, o texto já traz sua essência.

 

A vida e a morte 

 

O que é a vida e a morte

Aquela infernal inimiga

A vida é o sorriso

E a morte da vida a guarida

 

A morte tem os desgostos

A vida tem os felizes

A cova tem a tristeza

E a vida tem as raízes

 

A vida e a morte são

O sorriso lisonjeiro

E o amor tem o navio

E o navio o marinheiro

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Arranjos de flores



Os primeiros vasinhos e arranjos que fiz em E V A.

Poema TALVEZ



Talvez não ser,

é ser sem que tu sejas,

sem que vás cortando

o meio dia com uma

flor azul,

sem que caminhes mais tarde

pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão

que, talvez, outros não verão dourada,

que talvez ninguém

soube que crescia

como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim,

sem que viesses brusca, incitante

conhecer a minha vida,

rajada de roseira,

trigo do vento,

 

E desde então, sou porque tu és

E desde então és

sou e somos…

E por amor

Serei… Serás… Seremos…

 

( Pablo Neruda )


sexta-feira, 24 de julho de 2020

O Entardecer

Foto by  Wanderlei Marques


“No entardecer dos dias de Verão, às vezes,

Ainda que não haja brisa nenhuma, parece

Que passa, um momento, uma leve brisa

Mas as árvores permanecem imóveis

Em todas as folhas das suas folhas

E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,

Tiveram a ilusão do que lhes agradaria…

Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!

Fôssemos nós como devíamos ser

E não haveria em nós necessidade de ilusão

Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida

E nem repararmos para que há sentidos … “

Poema de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
No livro “O guardador de rebanhos”

Fernando Pessoa (1888-1935) foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.


Não sei quantas almas tenho



Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

 

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

 

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo: “Fui eu?”

Deus sabe, porque o escreveu.

( Fernando Pessoa )

 


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Paródia ( Canção do Exílio)





 Paródia ( Canção do exílio)   

Autora: Mara Marques 

Minha terra é uma beleza,
Tem lugares fabulosos,
Com bastante natureza,
Crianças morrendo de fome,
Ao lado de tanta riqueza..

O governo nada faz,
Pra acabar com essa tristeza;
A esmola que é dada,
Ameniza o sofrimento,
Mas não traz dignidade,
Para aqueles que queriam,
Era emprego de verdade.

Promessas até são feitas,
Repetem-se a cada pleito,
O povo vive iludido;
Só enxerga o que convém
Quando a eleição terminar
Não adianta lamentar,
Só resta a população aceitar.

Espero que algum dia
Possamos ter de verdade,
Igualdade para todos,
Sem miséria ou descaso,
Para aqueles que precisam,

Que de fato, minha terra,
Seja motivo de orgulho;
Para aqueles que vierem,
Visitar sua beleza.



ARRANJOS DE FLORES EM E V A

Violetas,Rosas, Lírios. Orquídeas e Cravos.
As flores em E.V.A hoje,são o meu passatempo durante a quarentena do novo coronavírus. Sempre gostei de flores naturais, mas não tenho um espaço em que eu possa cultiva-las, desse modo. resolvi aprender confeccionar em E V A e compartilhar com as pessoas que também se interessam pelo assunto. Ainda estou engatinhando na confecção dos arranjos, porém vou fazendo e a cada dia sinto que estou melhorando e aprimorando a técnica de moldar sem frisadores.Também aprendi a confeccionar os vasos com materiais recicláveis, sendo assim me realizo e não sinto os dias passarem, artesanato se tornou a minha segunda profissão, pois a primeira é professora, mas estou quase me aposentando, desse modo preciso ocupar o tempo com algo prazeroso.




sexta-feira, 19 de junho de 2020

Soneto 116


De almas sinceras a união sincera

Nada há que impeça: amor não é amor

Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,

Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora

Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

 

(William Shakespeare)


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

LENDA DO UIRAPURU

Conta à lenda que um jovem guerreiro índio, chamado Quaraça, que morava com sua gente na floresta Amazônica e adorava passear pelas matas tocando sua flauta de bambu. O som ecoava entre as arvores e fazia calar os bichos. Todos gostavam de escutar aquela música.

Um dia, enquanto passeava pela tribo, o jovem Quaraça achou de se apaixonar pela belíssima Anahi, que era casada com o cacique.

O jovem sabia que seu amor era impossível, e logo a tristeza tomou conta dele. De tanto sofrer, nem queria mais tocar a sua flauta.

A tristeza o consumia. Foi aí que ele resolveu pedir ajuda ao Deus Tupã. Foi para o meio da floresta, tocou, tocou muito aquela flauta. Chorava e cantava pedindo ajuda.

Tupã ficou sensibilizado com o sofrimento do jovem e resolveu ajudar, transformando-o num pequeno pássaro colorido (vermelho e amarelo, com asas pretas), de belíssimo canto, e deu-lhe o nome de Uirapuru.

Naquele dia, Uirapuru voou pela floresta, voltou â tribo, cantou, voou de novo. E assim passou a fazer todos os dias, encantando a todos com seu forte e lindo canto.

Toda vez que via sua amada, ele pousava e cantava pra ela, que ficava maravilhada com o som daquele  pequeno e lindo pássaro.

Com o tempo, o cacique também ficou encantado com o canto do Uirapuru. Queria que ele ficasse cantando ali, para sempre. Quis aprisiona-lo, fez uma arapuca,  foi a sua procura e perdeu-se na floresta. Dele, ninguém mais teve notícias.

Dizem que foi castigo do Curupira, o protetor dos bichos da floresta, que não pode ver animal sofrendo sem ficar danado de bravo.

A bela Anahí ficou sozinha, mas nem teve tempo para tristeza, porque o Uirapuru chegava ali todos os dias, com aquele canto lindo, para consolar a amada. Mais que isso, ele soltava aquele canto triste, porque acreditava que, assim, ela poderia descobrir quem ele era e isso quebraria o encanto. Mas o que se sabe é que ele continua cantando nas matas até hoje...

Diz ainda à lenda que o Uirapuru é um pássaro mágico que traz muita sorte. Acredita-se que, quem conseguir vê-lo cantando, é só fazer um pedido que o pássaro realiza.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA


LENDA DA VITÓRIA- RÉGIA

À região Norte do Brasil, mais especificamente a Amazônia é representada por essa história de perseverança da índia guerreira Naiá, nascida e criada em uma aldeia tupi-guarani.

Diz à lenda que uma índia de rara beleza, chamada Naiá encantava a todos por onde passava. Um dia, apaixonou-se pela Lua e desejou ir morar com ela no céu. Naiá cresceu ouvindo histórias de seu povo e sabendo que a Lua era um deus que se enamorava das moças mais lindas da aldeia e as transformava em estrelas, Naiá subia as colinas, todos os dias, depois que seu povo dormia, na esperança de ser notada.

Acontece que quanto mais Naiá se envolvia, menos a Lua percebia o seu interesse, e como ser ignorada não estava nos seus planos, passou a perseguir a Lua todas as noites. Sem perceber, o amor de Naiá transformava-se em obsessão.

Em uma de suas muitas noites de clamor, Naiá percebeu que a luz da Lua refletia nas águas do lago, bem perto da colina. Pensando que o senhor do seu coração se banhava ali, tão perto, mergulhou no lago em busca daquele que seria — conforme ela acreditava — responsável por sua felicidade.

Naiá não mais voltou, e o Deus Lua, comovido, transformou-a em uma estrela, mas bem diferente daquelas que brilham no céu. A linda índia era agora a Vitória-Régia, a estrela das águas, com suas flores perfumadas que mudam de cor conforme o horário do dia — brancas ao cair da noite e rosadas ao raiar do dia.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

LENDA INDÍGENA DO GIRASSOL

 

Há muito tempo, havia uma tribo de índios conhecida como Ianomâmi, ao norte do Amazonas. O chefe religioso dos índios, também feiticeiro, sempre se reunia com os curumins em torno da fogueira, para contar velhas lendas da tribo. Uma dessas histórias, era a lenda do girassol. O pajé notava que as crianças adoravam essas histórias e quando eram contadas, percebia em seus rostos o brilho dos olhos, mostrando o interesse e participação nas vivências.

A lenda conta que, certa vez nessa tribo indígena, nasceu uma indiazinha com cabelos claros, quase dourados. A tribo ficou agitada com a novidade, pois nunca haviam visto nada parecido. Assim, a menina foi chamada de Ianaã, que significava a deusa do Sol.

Todos adoravam Ianaã, os mais fortes e belos guerreiros da tribo e da vizinhança não resistiam aos seus encantos. Porém, elas recusavam seus cortejos, dizendo que ainda era muito cedo para assumir um compromisso.

Certo dia, a indiazinha estava brincando alegremente e nadando no rio, quando sentiu os raios de sol enviados a ela como se fossem dois grandes braços, acariciando sua pele dourada. Foi o momento em que o Sol tomou conhecimento daquela menininha tão linda e se apaixonou incondicionalmente por ela.

Ianaã também amava o Sol e todas as manhãs ela o esperava nascer com muita alegria. Ele aparecia aos poucos e o primeiro sorriso, assim como os raios dourados e morninhos, eram direcionados para ela. Era como se estivesse dizendo: – Bom dia, minha linda flor!

Não era só o Sol que gostava da indiazinha, ela era amiga da natureza. Por onde passava, os pássaros voavam e pousavam em seus ombros. Ela os chamava de amiguinhos e os beijava.

Tragicamente, um dia a pequena índia ficou triste e adoeceu quase não saia da choupana. O Sol, apaixonado e sentindo sua falta, fazia tudo para alegrá-la, mas não tinha nenhum resultado. Infelizmente, ela não resistiu e morreu.

A mata ficou em silêncio total, o Sol não apareceu e toda a aldeia ficou triste. O povo da tribo se esvaiu em lágrimas e enterraram Ianaã próxima ao rio que ela tanto amava. O Sol derramou muitas lágrimas até que, certo dia, resolveu aparecer na terra onde a índia amada estava sepultada.

Após muitos meses, nasceu uma planta verdinha, que cresceu e desabrochou uma linda flor redonda, com pétalas amarelas e o centro formado por sementes escuras. A flor ficava voltada para o Sol desde o amanhecer, até o crepúsculo vespertino. Durante a noite, ela se pendia para baixo, como se tivesse adormecido. No início do novo dia, acordava pronta para adorar o Sol e ser beijada e acariciada por seus raios. As sementes viraram alimento para seus amados amiguinhos. Essa linda flor, recebeu da tribo o nome de girassol.