Em
um contexto histórico a formação literária brasileira teve inicio com a
colonização do Brasil, no período denominado Quinhentismo, que data de 1500 a
1601, mas ainda sofrendo fortes influencias dos colonizadores portugueses, sem
apresentar nenhum estilo literário articulado e desenvolvido.
O marco inicial da Literatura
brasileira se deu a partir do século XVI,
através de um sistema de produção, divulgação e leitura de obras. Dentre as
quais estavam à carta de Pero Vaz de Caminha, as crônicas, poesias e Sermões do
Padre José de Anchieta. Esses documentos reconhecidos como manifestações
literárias do Quinhentismo denominadas de literatura informativa e de catequese,
por tratarem de uma descrição do país. Portanto, não são consideradas propriamente
Literatura brasileira, mas Literatura do Brasil.
A partir do século XVII, depois da
Reforma e contra- reforma da igreja
surge o Barroco brasileiro, que foi chamado por alguns historiadores
como Escola Baiana. Não se pode dizer
que existisse um ambiente literário na Bahia. A Literatura brasileira era
bastante esparsa.
O único autor de relevo no
seiscentismo foi Gregório de Matos Guerra, que para alguns historiadores é o
iniciador da Literatura brasileira, mas é interessante ressaltar que ele não
escrevia com consciência e sim com a intenção de criticar o governo Baiano. Sua
obra recebeu influencias do Cultismo de Gongora e do Conceptismo de Quevedo.
O poeta teve suas obras divididas em:
Sacras, satírica, amorosa e de escarnio, por sua irreverência em não poupar a
ninguém recebeu o apelido de “Boca do Inferno”.
A Jesus Cristo, Nosso Senhor
Pequei,
Senhor; mas não porque hei pecado,
Da
vossa alta clemência me despido;
Antes,
quanto mais tenho delinquido,
Vos
tenho a perdoar mais empenhado.
Se
basta a vos irar tanto pecado,
A
abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que
a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos
tem para o perdão lisonjeado.
Se
uma ovelha perdida já cobrada,
Glória
tal e prazer tão repentino
Vos
deu, como afirmais na Sacra História:
Eu
sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a;
e não queirais, Pastor Divino,
Perder
na vossa ovelha a vossa glória.