segunda-feira, 14 de julho de 2025

OS CONTOS INFANTIS NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL

A literatura infantil desempenha um papel fundamental na vida da criança, contribuindo não apenas para a aprendizagem da linguagem, mas também oferecendo acesso ao imaginário coletivo. Como se sabe, a literatura infantil abrange diversos tipos de textos representativos, como as fábulas, os apólogos, as lendas, os contos maravilhosos, os contos de fadas, entre outros.

Desde o início da vida escolar, especialmente na Educação Infantil, é essencial trabalhar com textos que circulam socialmente, valorizando, assim, a literatura infantil. O contato frequente da criança com materiais de leitura é indispensável para despertar o gosto pela leitura, tornando-a um hábito e não uma atividade esporádica.

A literatura, e consequentemente a leitura, constitui um dos caminhos mais eficazes para desenvolver e estimular a formação de ideias, o que capacita o educando a produzir uma escrita coerente e lógica. É importante destacar que, por meio da leitura, a criança desenvolve a compreensão de si mesma e do mundo, vivenciando novas descobertas que contribuem significativamente para seu crescimento pessoal e social.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

RESENHA: CEM ANOS DE SOLIDÃO

Gabriel García Márquez, em "Cem Anos de Solidão", apresenta um dos maiores clássicos da literatura mundial, uma obra que funde o real e o mágico para narrar a saga da família Buendía na mítica cidade de Macondo. Publicado em 1967, o livro é uma das mais significativas representações do realismo mágico e consolidou García Márquez como um dos grandes escritores do século XX, valendo-lhe o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

A narrativa acompanha sete gerações da família Buendía, iniciada pelo casal fundador de Macondo, José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. A história da família se entrelaça com a fundação, ascensão e declínio de Macondo, um lugar onde o extraordinário é cotidiano. Ao longo do romance, experimentamos o impacto de guerras, paixões, tragédias, amores impossíveis e segredos familiares, além de um ciclo recorrente de solidão que marca os destinos de cada personagem.

Temas Centrais
A solidão, presente no título, permeia cada aspecto da narrativa, desde a introspecção dos personagens até suas relações. Cada Buendía, de maneira particular, vive uma busca por pertencimento e compreensão, mas acaba sucumbindo a um isolamento emocional. Outros temas como o tempo, representado de maneira não linear, a repetição de erros e a busca incessante por sentido também são fundamentais. A obra explora ainda o poder, a violência e o misticismo, trazendo críticas sociais e históricas relacionadas à América Latina.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O HOMEM AVARENTO


Em um passado bem distante, minha mãe contava um “causo real” sobre um homem chamado Lúcio conhecido por sua maldade e avareza. Ele era como os antigos coronéis do século XVIII, arrogante e autoritário, sua palavra era lei para os que o cercavam. A fama de Lúcio se espalhava longe, e todos os vizinhos da região o temiam. Ele vivia nas proximidades da casa da família da minha mãe, no interior de um município do Pará.

Segundo os relatos de minha mãe, Lúcio morava com a esposa e os filhos. Na casa dele, havia um pequeno comércio de variedades à beira do rio. Porém, o que ele ganhava raramente era usado para o bem-estar da família. Lúcio investia em terras ou escondia suas economias, sem partilhar nada. Sua esposa, submissa, vivia sob constante repressão. Até mesmo a alimentação em casa era racionada, e eles só comiam o que sobrava. Para piorar, seus fregueses viviam praticamente em regime de escravidão, trabalhando em troca de comida e abrigo.

Certa vez, em pleno inverno amazônico, quando a chuva era constante e os alimentos estavam escassos — peixe, caça e camarão eram difíceis de encontrar —, Lúcio decidiu que iria caçar um gavião para comer. Antes de sair, ordenou à esposa que colocasse água para ferver, pois, segundo ele, bastaria depenar o bicho quando o trouxesse. No entanto, sua caçada foi frustrada, e ele retornou de mãos vazias. Furioso, gritou para a esposa:
— Mata o galo, diabo!

A mulher, hesitante, respondeu:
— Se eu matar o galo, as galinhas não vão botar ovo...