sábado, 15 de novembro de 2025

CULTURA AFRO-BRASILEIRA

A contribuição dos africanos e seus descendentes que influenciaram sobremaneira a formação cultural brasileira. A presença africana e afro-brasileira é notável na família, no vocabulário, na religião, na música, na dança, na culinária e na arte.

Moleque, quiabo, fubá, caçula e angu. Cachaça, dengoso, quitute, berimbau e maracatu. Todas essas palavras do vocabulário brasileiro têm origem africana ou referem-se a alguma prática desenvolvida pelos africanos escravizados que vieram para o Brasil.

O fato de as escravas africanas terem sido responsáveis pela cozinha dos engenhos, fazendas e casas-grandes do campo e da cidade permitiu a difusão da influência africana na alimentação. São exemplos culinários da influência africana o vatapá, acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê.

No aspecto religioso os africanos buscaram sempre manter suas tradições de acordo com os locais de onde haviam saído do continente africano. Entretanto, a necessidade de aderirem ao catolicismo levou diversos grupos de africanos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu, processo conhecido como sincretismo religioso. São exemplos de participação religiosa africana o candomblé, a umbanda, a quimbanda e o catimbó.

Algumas divindades religiosas africanas ligadas às forças da natureza ou a fatos do dia a dia foram aproximadas a personagens do catolicismo. Por exemplo, Iemanjá, que para alguns grupos étnicos africanos é a deusa das águas, no Brasil foi representada por Nossa Senhora. Xangô, o senhor dos raios e tempestades, foi representado por São Jerônimo.

GANESHA: a história do menino que se tornou um deus

Conta um mito que Shiva, o deus das transformações, meditação e dança, iria fazer uma viagem em função da expansão de sua consciência, com práticas espirituais.

Então o deus acabaria por deixar sua esposa Parvati, a Deusa dos laços afetivos, maternidade e harmonia, em casa, para que pudesse concluir sua tarefa de peregrinar pelo mundo, praticando as suas atividades espirituais.

Sozinha em casa, Parvati sentiu que precisava de alguém que a protegesse, enquanto seu esposo Shiva estivesse fora.Por ser uma Deusa de encantos femininos e fertilidade, criou uma pasta e moldou uma criança que lhe fizesse companhia e fosse fiel às suas ordens.

Assim surgiu um menino que ao longo dos anos, crescia e se dedicava a mãe, fazia-lhe companhia e a protegia dentro de casa. Um dia quando Parvati fora banhar-se, pediu que o menino ficasse de guarda e ordenou que ninguém deveria passar pela porta, assim foi feito.

Mas nesse mesmo dia, Shiva retornava de sua longa jornada meditativa e ao chegar em casa, viu que um menino impedia a sua entrada. Shiva não entendeu o que havia acontecido, pois quando havia partido, esse menino não existia.

Insistiu em dizer ao menino que ele morava naquela casa, mas continuou a ser impedido. Shiva por ser um deus de destruição, ficou furioso com a situação e acabou cortando a cabeça do garoto, entrou em casa e foi tirar satisfações com Parvati, que quando viu o ocorrido, em desespero e furiosa determinou que Shiva de algum modo trouxesse o menino de volta a vida, pois aquele era o filho do casal.

Shiva se deparando com a verdade e desejando o perdão da esposa, fora atrás da solução para reviver seu filho. Como Shiva é um deus e transmuta as possibilidades, conseguiu dar vida ao menino outra vez, com a cabeça do primeiro ser vivo que encontrara, um elefante.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Lenda da Loura do Cemitério

Considerada uma das lendas urbanas mais antigas, a Loura do Cemitério é conhecida em várias regiões do Brasil. Segundo a tradição, ela costuma seduzir homens, pedindo carona ou companhia até sua casa. O mistério se revela quando eles percebem que o destino é, na verdade, a porta de um cemitério — ou até mesmo seu interior.

Essa lenda me faz lembrar de um relato contado por meu tio, que tinha o hábito de beber de vez em quando. Certa noite, voltando para casa, ele passou em frente a um salão de festas bastante movimentado. Curioso, parou um pouco para observar o baile. Ao sair e seguir caminho rumo à sua residência, foi abordado por uma mulher loura, muito bonita, que pediu para que a acompanhasse até sua casa.

Naquela época, década de 1970, os automóveis eram raros na região e a iluminação pública bastante precária. Meu tio, meio embriagado, respondeu que poderia caminhar ao lado dela, já que seguia na mesma direção. Ele contou que andaram juntos por um bom tempo, até que, chegando em frente ao cemitério, a mulher agradeceu e disse: “É aqui que eu moro.”