sexta-feira, 10 de junho de 2022

O TROVADORISMO

MOMENTO HISTÓRICO DO TROVADORISMO

Os historiadores costumam limitar o Trovadorismo entre os anos de 1189  a 1385. Mais importante que essas datas convencionais é saber que o Trovadorismo corresponde à primeira fase da história portuguesa: ao período da formação de Portugal como reino independente.

TROVADORISMO: conjunto de manifestações literárias contemporâneas à primeira dinastia – a dinastia de Borgonha ( 1109-1385).

Alguns aspectos da história da Península Ibérica são importantes para entendermos certas características das manifestações literárias do período:

- O Feudalismo, já em declínio, terá reflexões até mesmo na linguagem da poesia amorosa como veremos adiante. As cortes dos reis e dos grandes senhores feudais são os centros da produção cultural e literária.

- A reconquista do território, dominado pelos árabes desde o século VIII, faz prolongar, na nobreza ibérica, o espírito guerreiro e aventureiro das Cruzadas. Daí o gosto tardio em Portugal pelas novelas de cavalaria.

- Por ultimo, o profundo espírito religioso medieval, teocentrismo, que se refletirá tanto nas já citadas novelas de cavalaria como na poesia de temática religiosa ( Cantigas de Santa Maria, de D. Afonso X ) e nas hagiografias ( vidas de santos) e obras de devoção.

CRONOLOGIA DO TROVADORISMO

Início no século XII (1189)- Provável data da Cantiga da Ribeirinha, de Pai Soares de Taveirós. Supõe-se que esta seja a mais antiga das composições conservadas nos cancioneiros. Outras cantigas disputam essa primazia.

Término século XIV (1385) – Fim da dinastia de Borgonha.

A POESIA NO PERÍODO TROVADORESCO

quinta-feira, 9 de junho de 2022

LOBOS DENTRO DE MIM

Um velho avô disse ao neto, que veio a ele com raiva de um amigo. “Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que me fizeram tanto mal, sem qualquer arrependimento das consequências de seus atos. Todavia o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esses sentimentos”.

E o avô continuou: “É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom não magoa. Vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende. Ele só lutará quando for certo fazer isso, de maneira correta. Mas o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo aas pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. É uma raiva inútil, pois ela não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”. O garoto fitou intensamente os olhos do avô e perguntou: “ Qual deles vence vovô?”. O velho sorriu e respondeu baixinho: “Aquele que eu alimento mais frequentemente dentro de mim”.

sábado, 4 de junho de 2022

O PENHASCO DAS VIOLETAS: O CONTO


Há muito tempo, em uma ensolarada tarde de primavera, Hime, a bela filha de um poderoso senhor feudal chamado Asano Zenbei, foi colher flores no penhasco Shimizu, conhecido como “Poço das Violetas”. Ao estender a fina mão, porém viu apontar dentre as flores, a cabeça negra de uma grande serpente da montanha, pronta para dar o bote. Apavorada, a menina soltou um grito de dor e caiu desfalecida.

Uma de suas acompanhantes, chamada Matsu, ouviu o grito da princesa e correu até ela. Encontrou-a sem sentidos, e ao seu lado, uma serpente toda enrodilhada. Prontamente, a ama jogou o seu cesto sobre a cobra, que sumiu dentre as folhagens. Logo, todas as criadas foram se aproximando e a rodearam, tentando reanima-la. Mas tudo em vão, a cada minuto Hime se tornava mais lívida e fraca. —Fiquem tranquilas minhas jovens. Ouviram uma voz masculina atrás de si. — Eu conheço um modo de ajudar a princesa, se não se importam.

Quando ergueram seus olhares, um suspiro de espanto correu entre as damas. A sua frente estava o mais belo jovem que seus olhos já haviam tido o prazer de avistar. Trajado todo de branco, como um “Onmyoji” (praticante da ciência natural e ocultismo inspirado na filosofia chinesa yin-yang). Ele sorria-lhes com uma confiança que tirou de todas as testas o sinal de preocupação.