quinta-feira, 30 de julho de 2020

Arranjos de flores



Os primeiros vasinhos e arranjos que fiz em E V A.

Poema TALVEZ



Talvez não ser,

é ser sem que tu sejas,

sem que vás cortando

o meio dia com uma

flor azul,

sem que caminhes mais tarde

pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão

que, talvez, outros não verão dourada,

que talvez ninguém

soube que crescia

como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim,

sem que viesses brusca, incitante

conhecer a minha vida,

rajada de roseira,

trigo do vento,

 

E desde então, sou porque tu és

E desde então és

sou e somos…

E por amor

Serei… Serás… Seremos…

 

( Pablo Neruda )


sexta-feira, 24 de julho de 2020

O Entardecer

Foto by  Wanderlei Marques


“No entardecer dos dias de Verão, às vezes,

Ainda que não haja brisa nenhuma, parece

Que passa, um momento, uma leve brisa

Mas as árvores permanecem imóveis

Em todas as folhas das suas folhas

E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,

Tiveram a ilusão do que lhes agradaria…

Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!

Fôssemos nós como devíamos ser

E não haveria em nós necessidade de ilusão

Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida

E nem repararmos para que há sentidos … “

Poema de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
No livro “O guardador de rebanhos”

Fernando Pessoa (1888-1935) foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.


Não sei quantas almas tenho



Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

 

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

 

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo: “Fui eu?”

Deus sabe, porque o escreveu.

( Fernando Pessoa )

 


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Paródia ( Canção do Exílio)





 Paródia ( Canção do exílio)   

Autora: Mara Marques 

Minha terra é uma beleza,
Tem lugares fabulosos,
Com bastante natureza,
Crianças morrendo de fome,
Ao lado de tanta riqueza..

O governo nada faz,
Pra acabar com essa tristeza;
A esmola que é dada,
Ameniza o sofrimento,
Mas não traz dignidade,
Para aqueles que queriam,
Era emprego de verdade.

Promessas até são feitas,
Repetem-se a cada pleito,
O povo vive iludido;
Só enxerga o que convém
Quando a eleição terminar
Não adianta lamentar,
Só resta a população aceitar.

Espero que algum dia
Possamos ter de verdade,
Igualdade para todos,
Sem miséria ou descaso,
Para aqueles que precisam,

Que de fato, minha terra,
Seja motivo de orgulho;
Para aqueles que vierem,
Visitar sua beleza.



ARRANJOS DE FLORES EM E V A

Violetas,Rosas, Lírios. Orquídeas e Cravos.
As flores em E.V.A hoje,são o meu passatempo durante a quarentena do novo coronavírus. Sempre gostei de flores naturais, mas não tenho um espaço em que eu possa cultiva-las, desse modo. resolvi aprender confeccionar em E V A e compartilhar com as pessoas que também se interessam pelo assunto. Ainda estou engatinhando na confecção dos arranjos, porém vou fazendo e a cada dia sinto que estou melhorando e aprimorando a técnica de moldar sem frisadores.Também aprendi a confeccionar os vasos com materiais recicláveis, sendo assim me realizo e não sinto os dias passarem, artesanato se tornou a minha segunda profissão, pois a primeira é professora, mas estou quase me aposentando, desse modo preciso ocupar o tempo com algo prazeroso.