terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O SENTIDO DO NATAL

 


Ah, se os homens realmente compreendessem,

O verdadeiro sentido do Natal,

Se os seres humanos se amassem com igualdade,

Demonstrassem amor, solidariedade, união e paz,

O mundo não seria tão desigual.

 

Natal poderia ser todos os dias,

Pra você pedir a Deus  pelos desvalidos

Se colocar no lugar de seu irmão,

Sentir misericórdia e compaixão,

Ajudar aqueles que mendigam por um pedaço de pão.

 

Natal é ser a luz que ilumina os corações vazios,

 a estrela que brilha na vida daqueles que buscam a paz,

 em sentir a alegria da família reunida em harmonia,

É seguir os passos de Jesus sempre  irradiando

Paz, amor , alegria, caridade e o perdão.

 

Natal é mais que luzes coloridas piscando,

É dia de comemoração sublime,

Tempo de renascimento e novas conquistas,

Época de reflexão e encanto, fraternidade e união.

 

Enfim, Natal é o dia o aniversário de Jesus,

Dia de agradecer a bondade e generosidade

Daquele que veio ao mundo para trazer

Paz e amor aos homens de boa vontade.


 


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Eu (Clarice Lispector)

 

Sou composta por urgências:

minhas alegrias são intensas;

minhas tristezas, absolutas.

Entupo-me de ausências,

Esvazio-me de excessos.

Eu não caibo no estreito,

eu só vivo nos extremos.

 

Pouco não me serve,

médio não me satisfaz,

metades nunca foram meu forte!

 

Todos os grandes e pequenos momentos,

feitos com amor e com carinho,

são pra mim recordações eternas.

Palavras até me conquistam temporariamente…

Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.

 

Suponho que me entender

não é uma questão de inteligência

e sim de sentir,

de entrar em contato…

Ou toca, ou não toca.


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

LENDA DA ILHA ENCANTADA


A narrativa que vou compartilhar hoje, é parte integrante de um trabalho acadêmico de pesquisa sobre os contos  e "causos" , que são passados de geração em geração. A pesquisa foi feita com um grupo de colegas de classe, como parte avaliativa da disciplina Literatura Amazônica. A estória  contém o sotaque nativo dos moradores da Ilha de Marajó, desse modo, vou publicar na íntegra o "causo" que ouvimos de uma senhora de 72 anos de idade. A mesma afirma que as estórias são verdadeiras.

Esta narrativa ocorreu no município de Bagre. Segundo (Dona Alda Gonçalves).

Pois é,  meus filhos, essa estória é de uma menina que namorava um rapaz munto bunitu então, ninguém cunhecia eli, eli só aparecia na festa. Toda festa qui tinha eli tava, e ela tava, ela ficava com eli, quandu foi um dia. No finzinho da festa, quando já tinha poca genti.

 Ele dissi pra ela não olhá pra ele di dia.

- Eu vou durmi intão ela disse:

- Vai durmi no meu quarto ele disse: Tá! Mas quatro horas da manhã tu me chama, ai eli entrou la pru quartu dela i ela foi deitá também pru outru quartu. Aí, ela pegou nu sonu quandu ela si lembrô o dia tava claru. ai ela foi abriu a porta do quarto olhô, si assustu quando viu que tava lá um montuero de cobra, certo com a coberta da casa, quandu abriu a casa que viu tava dia, que o dia tava claru, eli só deu um esturro i incantou a ilha com tudo.

A ilha era pertu da ilha do ioiá, ai no Bagre, ai a cidadi afundô tudu, qui quandu chega o tempo dessa festa a genti iscuta a musica galu canta. Tudo a genti escuta.

 ( Pesquisadores): -É verdadeira essa história ai? Resposta: É verdadeira sim meus filhos.

Era Nossa Senhora da Conceição dia 8 de Dezembru naum sei o anu e lá dondi aconteceu issu nasceu uma toceira de cana, com três canas, então lá desdi essa época, os moradores lá di perto dize que pra disincatá a ilha teim qui atorá a cana beim nu meiu, só cum uma teçadada sem firir as du ladu, pra poder a cidadi voltá. Ai ninguém tem coragi! E continua o mistério até huje, só se vê as luz piscando de nuite.

Segundo Benjamim (1993 p. 197-221), “o Brasil ainda é um país da voz oral, mesmo nas cidades grandes, onde se presume a inexistência de narrativas de apelos populares, ele continua afluir com mesmo caráter admoestador e mágico”.