segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

LENDA DO UIRAPURU

Conta à lenda que um jovem guerreiro índio, chamado Quaraça, que morava com sua gente na floresta Amazônica e adorava passear pelas matas tocando sua flauta de bambu. O som ecoava entre as arvores e fazia calar os bichos. Todos gostavam de escutar aquela música.

Um dia, enquanto passeava pela tribo, o jovem Quaraça achou de se apaixonar pela belíssima Anahi, que era casada com o cacique.

O jovem sabia que seu amor era impossível, e logo a tristeza tomou conta dele. De tanto sofrer, nem queria mais tocar a sua flauta.

A tristeza o consumia. Foi aí que ele resolveu pedir ajuda ao Deus Tupã. Foi para o meio da floresta, tocou, tocou muito aquela flauta. Chorava e cantava pedindo ajuda.

Tupã ficou sensibilizado com o sofrimento do jovem e resolveu ajudar, transformando-o num pequeno pássaro colorido (vermelho e amarelo, com asas pretas), de belíssimo canto, e deu-lhe o nome de Uirapuru.

Naquele dia, Uirapuru voou pela floresta, voltou â tribo, cantou, voou de novo. E assim passou a fazer todos os dias, encantando a todos com seu forte e lindo canto.

Toda vez que via sua amada, ele pousava e cantava pra ela, que ficava maravilhada com o som daquele  pequeno e lindo pássaro.

Com o tempo, o cacique também ficou encantado com o canto do Uirapuru. Queria que ele ficasse cantando ali, para sempre. Quis aprisiona-lo, fez uma arapuca,  foi a sua procura e perdeu-se na floresta. Dele, ninguém mais teve notícias.

Dizem que foi castigo do Curupira, o protetor dos bichos da floresta, que não pode ver animal sofrendo sem ficar danado de bravo.

A bela Anahí ficou sozinha, mas nem teve tempo para tristeza, porque o Uirapuru chegava ali todos os dias, com aquele canto lindo, para consolar a amada. Mais que isso, ele soltava aquele canto triste, porque acreditava que, assim, ela poderia descobrir quem ele era e isso quebraria o encanto. Mas o que se sabe é que ele continua cantando nas matas até hoje...

Diz ainda à lenda que o Uirapuru é um pássaro mágico que traz muita sorte. Acredita-se que, quem conseguir vê-lo cantando, é só fazer um pedido que o pássaro realiza.